quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

I'm back

Bem, de volta ao Brasil.
Acho que ainda não caiu a ficha. Deve ser porque estou em Aracaju de férias, curtindo o verão, praia, as amigas, Gustavo...
Quero ver quando voltar a Porto Alegre e ao trabalho.
Por enquanto, fico aqui dormindo bastante (nunca vi tamanho cansaço), tomando uma água de coco e tentando voltar a estudar para os concursos.
Porto Alegre, me aguarde, semana que vem estou aí...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Meu doce

Em certas horas
de saudade
na madrugada
nem café, nem chocolate,
resolvem o que sinto
O café esquenta a boca,
derrete o chocolate,
é bom, mas...
minha boca reclama
quer a sua
que não derrete
que é mais doce
que é sua
E me ponho a escrever
essas bobagens
Coisa de quem
perde o sono,
não sabe se liga,
não sabe se dorme,
não sabe se come.
Insatisfação
Que-ro vo-cê!!
Então ligo,
depois durmo!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Augustus Rush - filme

Assisti um filme tão queridinho.
Romântico...
Bem água com açúcar como toda guria que se preze adora.
AUGUSTUS RUSH
Tão bonitinho. Dá vontade de assistir de novo.
Não sei se já chegou no Brasil, mas eu recomendo.
O link está aí abaixo.
Enjoy!!
http://www.youtube.com/watch?v=UDRUFrlBbT0&eurl=http://hotflick.net/videos/Freddie_Highmore/UDRUFrlBbT0.html

The dream is almost over!!!

Definitivamente, meu curso acabou!!
Hoje tivemos o almoço oficial de encerramento.
Puxa, é tão triste! Foi uma temporada maravilhosa!
Por mais que tenha passado algumas dificuldades, em decorrência de estar longe das pessoas que amo, posso afirmar, sem medo de errar, que esse período em Washington foi uma das maiores e mais gratificantes experiências da minha vida.
Já estou com saudade de tudo isso!!
Se eu moraria aqui?
Talvez, se pudesse trazer o Gustavo, a Maya, minha família, meus amigos, meu trabalho.
Ainda assim, não sei se conseguiria viver fora do Brasil definitivamente.
Nada como a terra da gente, onde todos falam a sua língua.
Quando escuto o português, parece que as palavras fluem para dentro de mim, facilmente, naturalmente, sem qualquer esforço. É como ouvir uma música que se gosta muito.
De qualquer forma, adorei ter vivido tudo isso. Um sonho do qual estou prestes a acordar.
Semana que vem já estarei no Brasil.
Não vai ser fácil voltar para o mundo real...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Antes de eu voltar para casa...


De repente, comecei a me dar conta que o curso em Washington está acabando
Eu ouvia o Professor Ferrer falar, outro dia, com todo entusiasmo que lhe é peculiar
A respeito do crescimento do Brasil
Do quanto somos especiais,
De como somos privilegiados de termos sido escolhidos para fazer esse curso
E que a gente pode fazer muito pelo nosso país
Que o Brasil pode ser muito bem sucedido, com pessoas como a gente trabalhando por isso
E já está sendo, cada dia mais
Somos a elite de nosso país, somos inteligentes, temos formação, trabalhamos em órgãos públicos, tivemos a chance de ver o mundo de outro ângulo.
Ele espera que nós voltemos, e como os outros que já fizeram esse curso, demos continuidade a esse desenvolvimento do Brasil.
Segundo ele, se forem dadas condições para as pessoas trabalharem e fazer o que elas sabem melhor, vão progredir e melhorar sua vida e, conseqüentemente, contribuir para o crescimento do país também.
Enquanto ouvia isso, fui ficando cada vez mais emocionada.
Tanto pelas palavras do Professor,
Mas também pelo tom de despedida que foi invadindo
E tocando profundamente
Lágrimas... nunca consigo controlá-las
Foram quatro meses de convivência, amizade, estresse, estudo,
experiência, alegrias, dificuldades, saudade, solidão, compras, passeios, brigas, risadas...
Dou-me conta que nem sempre fui uma boa companhia,
De quanto eu podia ter sido uma pessoa melhor
E contornado maus-entendidos
Pode não ser fácil,
às vezes não percebemos
que somos pesados, e nem todo mundo está a fim de nos carregar.
Peço desculpas por quando fui pesada
Com certeza foi por fraqueza de não saber lidar com essa situação nova
Mais difícil ainda quando se está só
Longe de quem amamos
Esse grupo, que se conheceu há pouco, passa a ser nossa família
E como em toda família, pode haver desentendimentos...
e reconciliações...
Nunca é tarde
A vida tem várias formas de nos fazer crescer
Levo um pedacinho de vocês,
Cada um de um modo
Como é cada um
A seu modo, especial
Já sinto saudade de tudo isso
De todos...
Sinto que voltamos diferentes...
Que essa experiência nos impulsione
Em múltiplas direções,
mas que nossas ações convirjam para um único resultado:
O de ter contribuído de alguma forma para um Brasil melhor.
Obrigada IBI e Instituto Minerva, por acreditar que o Brasil pode dar certo
E por apostar na gente para fazer isso acontecer.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Snow


Hoje nevou!!
Apesar do frio, atrevemo-nos a caminhar na neve, tirando milhões de fotos.
A cidade coberta de gelo.
Uma paisagem que só vejo quando viajo, porque no sul do Brasil, por mais frio que faça, difícil vermos neve. Ou em cartões postais.
Tive meu dia de turista deslumbrada, caminhei pelas ruas de Washington, passei frio, congelei as mãos, os pés, tudo o mais, fiz meus próprios cartões postais.
Adorei, mas para mim já está suficiente, viu?
Não precisa mais nevar não. Já estou louca para ir para o calor do Brasil.
Sol, praia, pouca roupa...
Bem, falta pouco!
Por enquanto fico aqui curtindo a paisagem!

Só me acordem quando Gu estiver por perto...

(ursinha panda do zoo de Washington)

Existe vida depois do paper...

Sobrevivi...
Estou de volta.
Acabei o paper ontem!!
Sinto-me outra pessoa!! Parece que peso alguns quilos a menos.
A Luzinha esteve por aqui, em Washington, e teve que agüentar um pouco meu estresse.
Daí teve que fazer alguns passeios sozinha, para que eu pudesse terminar.
Ainda assim, fizemos várias coisas juntas legais.
Amanhã ela volta, e eu sigo sozinha aqui mais um pouco...
Dia 20 está chegando e eu volto para o Brasil.
Dá uma sensação esquisita. Vontade de ir e de ficar.
Porque foi um período muito bom por aqui,
mas tenho tanta coisa que faz sentir vontade de voltar para meu país...
meu amor, minha cachorra, meus amigos, minha família, minha casa, meu trabalho...
e especialmente minha língua!!!
Foi muito bom estudar aqui e melhorar meu Inglês, que todo mundo sabe o quanto é importante para mim... mas falar a própria língua... não tem preço.
Após o término do curso, que deve ocorrer semana que vem, ainda tenho um tempinho aqui
Quero tentar ver o restante da cidade e voltar aos lugares que mais gostei.
Eu andei um pouco morcego por aqui, principalmente nos finais de semana,
pois estudava durante o dia e saía para algum barzinho à noite.
Então ainda tenho muita coisa para ver.
Acho que por isso me dei tão bem com minha amiga Monik (ela é especialista em morcegos, kkkkkk).
Ainda tenho a defesa do paper na segunda-feira.
Porém, depois de finalizá-lo e traduzi-lo, defendê-lo é a parte mais fácil.
Daqui para frente, é só diversão!!

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Prioridades

Um paper, o que é um paper?
Um paper é algo que te atrapalha quando vc quer sair em Washington
Quando, em pleno feriado de Thanks Given, você tem que passar o dia em casa estudando e escrevendo
E provalvelmente o dia seguinte também, e o final de semana...
Que faz vc se perguntar o tempo todo se vale a pena abdicar de tantas outras coisas interessantes
Sunk costs
Segundo os economistas, decisões devem ser tomadas com base em futuras considerações, não no investimento já feito.
O tempo que já investi não conta, mas o que ainda falta investir para concluir este paper.
Falta pouco, então não dá para desistir
O custo de terminar é menor que o custo para abandoná-lo
Porém estou pagando o preço de ter deixado acumular para a última hora.
Dentro de mim há um conflito de interesses:
Quero sair, quero terminar,
corro contra o relógio que vai esgotando ambos: meu prazo para entrega do paper e meu tempo em Washington
Odeio deixar as coisas pela metade
Gosto de fazer tudo bem feito
Quero fazer tudo
O que está ao meu alcance
E o que está além
Por isso esse eterno conflito
Pela eleição de prioridades
Pois tudo parece urgente
A vida é urgente
E ela não espera por você
Por suas decisões
Ela te atropela, se você vacilar
Bem, paper, por ora foste eleito como prioridade
um pouco a contragosto, é verdade
Espero conseguir continuar correndo ao lado deste trem chamado Washington
E pular de volta para as suas atrações
Assim que terminar o que me propus
E que não passe desse final de semana!

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Jump

(foto disponível no endereço http://olhares.aeiou.pt/foto1286800.html)
Eu queria escrever algo que não sei direito o que é
Pôr no papel as emoções
A apreensão causada pela aproximação do momento em que se encontrarão nossas vidas
Que me causa esse não saber mais se expressar
Depois de tanto tempo...
pontos de interrogação...
Mistura de alegria com...
Não, medo não é a palavra...
É... não sei o que é... pode ser até adrenalina
Agitação, nervosismo
longa espera
o que já foi, o que será
O conhecido e o inusitado
Quais as reações decorrentes dessa mistura
Quando se quer muito uma coisa
Imagina tanto como seria
Que quando é, assusta-se
Não a ponto de sair correndo
O inesperado pode ter um gosto ainda melhor
Joguei-me de costas e olhos fechados
Quero os abraços de urso,
o que planejamos e o que vamos inventar
Meia semana e meia de amor
Surpreendente ou esperada
Eu quero!!

sábado, 10 de novembro de 2007

Enquanto ele não chegar... - Barão Vermelho


Quantas coisas eu ainda vou provar
E quantas vezes para a porta eu vou olhar
Quantos carros nessa rua vão passar
Enquanto ele não chegar
Quantos dias eu ainda vou esperar
E quantas estrelas eu vou tentar contar
E quantas luzes na cidade vão se apagar
Enquanto ele não chegar
Eu tenho andado tão sozinha
Que eu nem sei no que acreditar
E a paz que busco agora
Nem a dor vai me negar
Não deixe o sol morrer
Errar é aprender
Viver é deixar viver
Não deixe o sol morrer
Errar é aprender
Viver é deixar viver
Quantas besteiras eu ainda vou pensar
E quantos sonhos no tempo vão se esfarelar
Quantas vezes eu vou me criticar
Enquanto ele não chegar
(Adaptado da música "Enquanto Ela Não Chegar" do Barão Vermelho)

Friends

O legal de ter amigos é... várias coisas!!
Você viaja, eles sentem sua falta, mandam e-mail, protestam que você está demorando para voltar, comentam o seu blog! Parecem que advinham quando você está precisando de umas palavras de carinho aqui nesse lonjão.
Aliás, fiquei surpreendida pelos elogios ao blog. Várias pessoas amigas mandaram e-mail comentando sobre meus textos. Até quem eu nem imaginava.
Criei o blog meio por acaso e, de repente, ... as pessoas que gosto estão lendo... e gostando!!!
Uauuuu, isso é muito bom!! Dá vontade de escrever mais e mais!!
Obrigada meus queridos(as) por este incentivo!!
São brigadeiros em uma tarde fria em Washington!!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Halloween

(Ei, olha quanta gente lá atrás!!)


Bruxas, diabos, anjos, abelhas, monstros...
São 8 da noite, de 31 de outubro, e as ruas em Georgetown já estão cheias.
Tento entender o que vai acontecer, mas tudo é muito esquisito.
Carros de polícia, cancelas nas calçadas. Dá a impressão que vai ter uma parada de Halloween.
Ninguém sabe o que está para acontecer.
Cada vez mais pessoas aparecem. Mais um pouco e não se consegue mais andar.
Os bichos estão soltos. Tiram fotos entre si. Outros, sem fantasia, querem tirar foto com os bichos. Calçada intransitável, flashes, carnaval sem música.
Quero compreender a lógica da comemoração, no entanto tudo é muito novo para mim.
Não costumamos comemorar essa data.
Não teve parada alguma. Alguém sabe para que aquelas câmeras filmadoras?
As pessoas apenas ficavam andando para lá e para cá com as fantasias, entrando e saindo dos bares, bebendo e tirando fotos. Pelo jeito, a graça do negócio é você ter uma fantasia tão legal que as pessoas lhe parem para tirar foto com você.
Acho que um pouco também aproveitavam o fato de ficarem incógnitas sob as fantasias.
O que você faria se ninguém soubesse que era você?
Voltei para casa sem entender!

Alicia Keys - 08-11-07- Chegada: Fim da Maratona!!

Frus-tran-te!!
O show estava marcado para as 7 da noite. Saí de casa às 5, pois o lugar era longe para caramba (ônibus, metrô, outro metrô, ônibus de novo).
Chegamos 6 e meia e tivemos que ficar esperando, no frio, numa fila por mais de 45 minutos. 95% do público negro; 5% branco. Será que o bar estava localizado num um bairro negro ou aquela concentração devia-se ao fato de a cantora ser negra? Estranha sensação de pertencer à minoria. And I thought: What I'm doing here????
Eu tava morrendo de fome. Quando pudemos finalmente entrar no bar, surpreeeeesa!! Não tinha nada para comer. Nem uns amendoinzinhos para enganar.
Ah, mas no banheiro tinha umas mulheres vendendo chocolate. kkkkkk. Tive que comprar. Estava com muita fome.
8 horas...9 horas... colocaram uns guys muito ruins para cantar. Nada da tal Alicia.
O lugar ficou lotado, e eu já nao enxergava mais o palco. Todo mundo esperando em pé, no maior calor.
9 e meia... 10 horas... 10 e quinze, NADA!
Fome, cansaço, calor... começei a suar frio e passar mal.
Vou lá para fora!! Demorei para conseguir sair, estava intransitável. Achei que ia desmaiar no caminho. Senti que estava ficando pálida!!
Graças a Deus ,cheguei na porta ilesa. Resolvi ir embora. Eu não ia agüentar assistir o show em pé. Meus amigos me acompanharam. Pegamos um taxi e voltamos pra casa sem assistir o show.
Fifty dollars have gone!!!
Nunca pensei que isso acontecesse aqui.
Alicia keys, Club Love, NEVER MORE!!!!

The Police - 05-11-07





Every single day
Every word you say
Every game you play
Every night you stay
I'll be watching you
(...)
Since you've gone I've been lost without a trace
I dream at night I can only see your face
I look around but it's you I can't replace
I feel so cold and I long for your embrace
I keep crying baby, baby, please

O que eu posso dizer desse show?
Só tocaram as consagradas,
Sting tem uma voz maravilhosa,
continua em forma
blá, blá, blá... (pense num monte de elogios, que não vou transcrever, pois, em se tratando do sexto show de alto nível que assisti aqui, já estou me tornando repetitiva).
Só digo uma coisa: É imperdível!!
Quem puder, não pode deixar de assistir o show dos caras aí no Brasil.

Caetano - 04-11-07 - Eu toquei nele!!


Ufa, a maratona está quase acabando!
Hoje foi o show do Caetano. Cheio de Brasileiros, Caetano cantando em português (teve umas duas em inglês) e falando inglês com a platéia. Surreal!!
No bis, o povo se empolgou e foi lá para a frente. Eu, que estava na terceira fila, fui também. Ele passou dando a mão para as pessoas e eu segurei o braço dele.
Emoção, toquei no homem!!

domingo, 4 de novembro de 2007

Bon Jovi - Percalços de uma fã - 03-11-07


Esse show demandou uma verdadeira maratona. Peguei o trem em Alexandria às 12h35min de sábado, quatro horas de viagem para New Jersey, assisti o show, quatro horas de espera, na madrugada gelada, pelo próximo trem de volta, mais quatro horas de viagem e casa, exausta!! Valeu o sofrimento, porque o show foi demais: animado, empolgante, muitas músicas conhecidas. Os caras pareciam mesmo satisfeitos de estar tocando em casa. E o melhor: Tocaram It's my life!!

Não preciso dizer que o vocalista, além de lindo, é muito carismático, contagiou a platéia do início ao fim. Adorei, fiquei mais fã ainda da banda.

Qual não foi minha surpresa ao descobrir, na Ferry Street, atrás da estação, vários restaurantes e mercadinhos brasileiros. Um jornalzinho grátis, em português, contendo as principais notícias do Brasil, estava disponível nas esquinas. No bar, em que entrei, os garçons falavam portugês, e havia vários brasileiros freqüentando o local. Não sabia que existia um bairro brasileiro em New Jersey. É muito esquisito entrar num lugar aqui nos States e falar português. Parece que alguma coisa está errada.

Como nem tudo na vida é diversão, o pior veio depois. O meu trem saía às 3.20 da madrugada. Por azar acabou horário de verão, e os relógios tiveram que ser atrasados em uma hora. Conclusão: quatro horas de espera pelo trem.

A estação estava repleta de homeless. A noite estava fria, e eles encontraram, na estação, um lugar quente para se abrigarem. Na sala de espera da plataforma, de onde sairia o meu trem, tinha em torno de uns cinco homeless dormindo sentados e dois deitados naquele banco duro. Sentei ali entre eles e um outro pessoal que esperava o trem (quem foi que disse que não tem pobreza nos Estados Unidos?)
Tentei cochilar um pouco, mas o banco era duro demais, eu não tinha onde apoiar a cabeça e ficava pensando que a qualquer momento alguém roubaria minha mochila sem eu perceber. O cheiro também não estava muito agradável, porém, depois de um tempo, você acaba acostumando. Como é que esse pessoal consegue dormir todos os dias desse jeito? Eu tinha só algumas horas para ficar ali e já não agüentava mais, o tempo não passava. Pensei pelo lado positivo: a vida não é ruim, ainda bem que é só hoje que eu tenho que dormir sentada na estação.
O trem chegou, e eu fiquei feliz de poder sentar numa poltrona macia. No entanto, acho que o aquecedor não estava funcionando, pois eu quase congelei durante a viagem. Só pensava em um banho quente e minha cama.
Depois de chegar em casa, ligar o aquecedor, tomar um banho e descançar, você esquece logo todas as dificuldades e lembra somente do excelente show que assistiu. Admito, estou com a impressão de que um trem passou em cima de mim de tão cansada, mas, sim, eu faria tudo de novo!!

Morrissey - 02-11-07


Desnecessário dizer que a voz do cara te carrega diretamente de volta para o tempo do The Smiths.
A banda que o acompanha também é muito boa, vários efeitos sonoros, por diversos instrumentos (violãocelo, prato, tinha até um gongo gigante que em algumas músicas foi acionado). Muito interessante!
O toque bizarro ficou por conta dos trejeitos de Morrissey, do figurino, meio estilo galã, com nuances de Sidney Magal: corrente no pescoço, camisa meio aberta, mostrando o peito. Lá pelas tantas ele tirou a camisa e jogou para a platéia.
Quase no final do show, uma fã invadiu o palco para dar um beijo em Morrissey. Essa foi a deixa para que vários outros fãs, homens e mulheres vislumbrassem essa possibilidade e resolvessem fazer o mesmo. De tanto em tanto, um segurança tinha que intervir para tirar o pessoal do palco que queria abraçar e beijar o galã, digo, o cantor. Lembrou um pouco o tempo do cassino do chacrinha, onde isso acontecia. Foi engraçado! Porém não tira os méritos do show que estava muito legal!!

Van Halen - 01-11-07


Não dá para acreditar que os caras que estavam no palco tinham mais de cinqüenta anos. Corpos malhados, barrigas de tanquinho, energia de adolescentes. Com exceção do baixista da banda, com dezesseis anos, filho de um dos Van Halen, os outrs três são uns senhores - em muito boa forma!! Surpreendente!!
O show teve solos de guitarra, de bateria, músicas consagradas. Um telão gigante em preto e branco atrás do palco permitia ao público ver o que acontecia nos mínimos detalhes.
Apenas um reparo: Eles não tocaram a música "Why Can't This Be Love" que eu estava esperando. Ah, mais aí o show ia ser muito perfeito!!

sábado, 3 de novembro de 2007

The Marathon started

A maratona de shows começou: 01/11, Van Halen; 02/11, Morrissey; 03/11, Bon Jovi; 04/11, Caetano; 05/11; The Police; 08/11, Alicia Keys. Adiante comentarei e, se possível, colocarei fotos :)
É uma pena que hoje tinha show da Sunway, em Aracaju, e não assisti, por motivos óbvios!! Queria ter ido! :(

terça-feira, 30 de outubro de 2007

domingo, 21 de outubro de 2007

Aqui onde o tempo não passa...

Passam os prédios, as luzes, os carros,
num piscar de olhos,
distorcidos pela velocidade do metrô.
Viajo de costas, como quem quer voltar no tempo,
um tempo, um lugar, onde você estava.
De costas, o tempo não passa.
Vou na direção contrária,
mais fácil se fosso com ele,
chegaria mais rápido ao lugar onde se cruzarão nossas vidas paralelas.
Vivendo no passado ou no futuro,
o presente não tem me convencido.
Estou onde quis, fazendo o que planejei e falta algo
Durmo cedo, para te encontrar nos meus sonhos.
Fecho as curtinas, finjo que é noite,
mas, à noite, é que a tua ausência me maltrata.
Quisera eu ter parado o mundo e descido,
naquele exato momento em que te encontrei.
Conto os dias para você chegar...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Marroom 5 - Simply The Best!!


Sem palavras!!
Se fui a um show bom como este, não me lembro!
Excesso de adjetivos se fosse descrever a qualidade de tudo que vi e ouvi.
Só posso dizer que o show foi perfeito do início ao fim.
Senti-me como se estivesse assitindo a um DVD .
Por um momento, pensei que saía da realidade: Estou mesmo em Washington, assistindo a essa banda fantástica? Não, não, só pode ser sonho.
"Graças a Deus" eu fui nesse show.!!!

domingo, 14 de outubro de 2007

Washington

(foto Georgetown- Washington DC)
A cidade não fala minha língua
As pessoas muito menos
Continuo mais estrangeira do que nunca
Mais uma na multidão
Estranha sensação de não pertencer
Caminha-se pelas ruas incógnita
Você presta atenção em tudo
Ninguém presta atenção em você

Sim, eu falo a sua língua
E daí?
Quem não fala?
Eu. Neste momento, quase só falo a minha

Na outra margem, vejo cores iguais ...
não, são pessoas
Têm seus próprios códigos, estão em sintonia
Escuto, mas não compreendo
Cadê o barco que me leva para o outro lado?
Se pelo menos eu soubesse como atravessar esse rio...
Se vencesse meus medos, minha timidez, poderia pegar uma carona,
ou tentar sair nadando
E me infiltrar por entre as tribos
Quanta coisa a mais não traria para casa
Para meu azar, a fórmula não está disponível no mercado
Por ora, sigo contemplando este vasto rio
Tentando encontrar um jeito de voar para o outro lado

sábado, 6 de outubro de 2007

Big Brother

(foto Capitólio - Washington DC)
Faz um pouco mais de um mês que cheguei em Washington e acho que até o final do meu curso, em dezembro, devo matar alguém kkkkkkkk.
É sério! Começo a compreender o que aquelas pessoas que participam do Big Brother sentem. São colocados dentro de uma casa, onde não podem sair, com um bando de gente desconhecida, cada um com suas manias, idiossincrasias, convivendo vinte quatro horas por dia. Só pode acabar em confusão, intriga, briga, essas coisas.
O que isso tem a ver comigo? Bem estou num outro país, sozinha, de onde não posso sair até dezembro, fazendo um curso de macroeconomia, dificílimo (e em inglês), que não tenho a mínima noção e convivendo praticamente todos os dias (ou no mínimo três vezes por semana), manhã e tarde, com mais sete pessoas que acabei de conhecer e estão na mesma situação que eu. Jamais fui uma mulher estressada ou de me indispor com as pessoas. Quem me conhece sabe que sou uma pessoa calma, pacienciosa e de fácil trato. Não é o que se tem visto aqui.
O convívio com estes colegas, principalmente com alguns dos rapazes, tem despertado um lado meu que eu não sabia que tinha ou não conhecia. Não sei se é toda essa situação inusitada de estar num país diferente, outra cultura, longe dos amigos e das pessoas queridas, as dificuldades inerentes a tudo isso, sei eu, o que acontece é que começamos com pequenas discussões que estão ficando cada vez mais sérias.
Os rapazes têm o hábito de fazer umas brincadeiras um tanto ofensivas (que até acho que deve ser comum entre os homens) e não sei se é a convivência, a proximidade, que acabam quebrando as barreiras do respeito entre as pessoas ou o quê, mas elas estão cada vez ficando mais pesadas e melindrosas. Por fim, vejo-me sendo ríspida e dizendo coisas rudes que habitualmente não diria. Lei da ação e reação. Dá a impressão que estão testando os meus limites para ver até onde agüento. Só que, estando todo mundo com os nervos à flor da pele e estressados, acaba cada um dizendo o que quer e ouvindo o que não quer.
Tenho consciência de que preciso melhorar minha atitude, não devo aceitar as provocações ou replicar, mas será que só eu me dou conta disso? Será que eles não vão perceber que está demais e devem ter mais cuidado com o que falam? Provavelmente não. Poucas pessoas fazem auto-análise e revêem seus erros.
Preciso parar de agir dessa maneira ou logo vou ser colocada no paredão, como a chata, estressada da turma, ou a que não sabe brincar, porém confesso que está difícil. Quem sabe se tentasse meditação, ioga, algo zen. Se conseguir superar isso, terei aprendido grandes lições de vida, de equilíbrio, de autocontrole. Juro que estou me esforçando. Entretanto, pequenos incidentes ficam ultradimensionados aqui e há perigo de explosão a qualquer momento. Difícil evitar. Não tem para onde fugir. Washington é a casa do Big Brother dessas oito pessoas.
Haverá uma recompensa por ficar quatro meses aprisionada em outro país com um bando de gentlemen? Não percam os próximos capítulos dessa versão do Big Brother em Washington.

Reflexo

Puxa, meus textos estão açucarados ultimamente.
É conseqüência do que estou sentindo.
Eu gosto deles, são espelho de mim mesma,
mas quem lê, de fora, será que gosta?
Estarão eles chatinhos e repetitivos?
Não posso evitar, minha inspiração vem do que vivo.
Não consigo me despir dos sentimentos.
Se o fizer, não serei mais eu,
serão textos vazios, sem por que de existir.

Pílulas de Amor

(foto Gustavo Barreto disponível no site http://olhares.aeiou.pt/foto1218283.html)


As flores reagiram
Estão mais vivas e belas do que nunca
E quem resistiria?
Foram regadas e cuidadas por um anjo
Inundadas de mel e açúcar
Não tinham como não reagir
O vidro foi trocado
Os pedaços juntados,
colados com sua cola de palavras

Sensível, intensa, exagerada nas reações,
mas transparente
Você sabe que sou assim
Gosto demais de você
Se quiser, você sabe o que fazer para me deixar feliz

Como diz a Ivete
Bastou você entrar na vida para ficar tudo bem
Não quero desgrudar de você
É bom parar o tempo
Tem tudo pra dar certo nós dois...
Isso sim é amor de verdade.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Decepção

Acendem-se as luzes
Abre-se a cortina
O que se vê nem de longe se assemelha com o que foi visto
Em destaque apenas pedaços do que antes parecia perfeito
As flores estão murchas
Não sei se murcharam agora ou se sempre estiveram assim
Não dava para perceber com todos aqueles holofotes coloridos
Tristeza
Vidro quebrado
Cacos
Partes de mim mesma
De dia, difícil não notar o pó sobre os móveis
Melhor talvez fosse manter os olhos fechados...

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Dança comigo sob a lua

Tinha uma lua cheia linda no céu.
Fiquei contemplando-a por alguns minutos e ela a mim.
Comecei a lembrar de quando te conheci,
numa noite tão agradável como essa.
Você surgiu do nada,
lembro perfeitamente o que conversamos,
como nos olhamos
e do silêncio repleto de intenções...
Nada aconteceu ... apenas a magia daquele encontro,
a mesma que depois nos enfeitiçou.
A dança de duas almas
que não quiseram mais se desgrudar.
Estava, assim, absorta em meus pensamentos,
nem vi o tempo passar,
nem que a lua não estava mais ali.
Escondeu-se atrás de uma nuvem.
Acho que sei a razão.
A alegria da sua lembrança
deve ter iluminado meu rosto de tal forma
que ofuscou o brilho dela...
Que amor é esse que até à lua desconcerta?
Que essa dança não acabe...

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Cabelos 2


Acho que finalmente estou assumindo meus curtos (tem outro jeito?).
Se bem que eles já cresceram um pouco desde que cortei.
Na verdade até agora não tinha encontrado uma foto que gostasse o suficiente para expor.
Não que tenha abandonado os longos, mas é que tão cedo não os terei novamente.
A menos que apele para alguns truques femininos (o que não é de todo uma má idéia).
Terei eu perdido minha sensualidade?
Provavelmente não, acho que ela vem de dentro para fora.
É claro que a estima alta ajuda a realçar este super poder.
Mas os curtos tem feito seu papel...
Foram longos
Voltarão a ser...
Por ora, fingem que não estão nem aí,
e brincam de moldura do meu rosto de pintas.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Ben Harper Acoustic in Washington DC - Eu fui!!


Inacreditável!! Olhando o jornal no metrô hoje (17-09-07) voltando da aula, por volta das 4h da tarde, vi uma chamadinha do show acústico do Ben Harper e de sua banda The Innocent Criminals. Cheguei em casa correndo e fui dar uma olhada na internet a respeito do show (Warner Theatre, 8pm), valores, localização, etc., meio sem esperança, pois estava muito em cima da hora.
O site do teatro indicava a ticketmaster para a compra dos ingressos, só que o site desta já informava que estavam esgotados.
-Ah não!!
No teatro, ninguém atendia, caía sempre numa secretária eletrônica que nunca tinha a opção por mim desejada: falar com algum atendente.
Anotei o endereço, olhei o horário do Dash (o bus daqui), passei no banco rapidinho, saquei dinheiro e resolvi arriscar: quem sabe não tinha uns cambistas lá na frente para eu comprar. Não dá para perder o show do Ben harper assim tão fácil!
Peguei o Dash, depois o metrô e cheguei na frente do teatro faltando dez minutos para o show começar. Não tinha cambista nenhum ali. Ah, se fosse o Brasil? -pensei. Ia ter uns cinqüenta gritando: - Ingresso, eu compro, eu vendo..."
Well, resolvi arriscar a bilheteria do teatro.
Yes! Tinha ingresso. Parecia mentira. E num lugar ótimo, na platéia baixa, bem no meio do teatro.
Pontualmente, abriu com um cara que gostei muito chamado Piers Faccini. Depois, o show mágico de Ben Harper acústico. Bom demais!! O cara se superou!!
A propósito, achei até que ele ia cantar Good Luck, que tem tocado por aí com a Vanessa da Mata, mas foram só as músicas do CD que leva o nome do show: Soul Intimate Live
Bom, esse é o link do youtube para a música Good Luck, que eu gosto muito:
http://www.youtube.com/watch?v=y8dQP5srrGk&mode=related&search=
O melhor é que deu tudo certo e, apesar da correiria de útlima hora, o show foi simplesmente perfeito!! Aguardem notícias sobre os próximos shows que pretendo ir: Maroom 5 e The Pollice.

sábado, 15 de setembro de 2007

Vida de gato

(Caíque, o gato sortudo - foto Gustavo Barreto
http://olhares.aeiou.pt/o_que_olhas/foto96209.html)


Quero trocar de lugar com seu gato,
ganhar carinho, ser alisada inteira, morder o meu dono, deitar na sua cama, ser cuidada por você...
Habitar o seu quarto, subir pelas suas coisas,
derrubar seus cds, para chamar sua atenção.
Levar um tapinha e uma reprimenda,
mas aí seria só miar um pouquinho, lamber seu pescoço, passear nos seus cabelos,
arranhar suas costas,
até você não resistir e, então, me colocar no seu colo e dar um abraço até me esmagar.
No final, te dava um banho de "gata" e dormia ronronando toda enrolada em você.
Se trocasse com seu gato, não poderia ser mais feliz!

Horas sem cor

São três da manhã.
Pensamentos doidos,
sentimentos em preto e branco,
a porta se fecha trancando o ruído acolhedor e as pessoas do lado de fora.
Aqui dentro, tudo é silêncio, mas não em minha alma...

Estou sem você... sem chão...sem paredes, teto...
sem a casa toda.

No apartamento vazio, uma conspiração:
a cama, o sofá, o carpete, a banheira...
olham questionadores,
aumentam meu desejo de ter você por perto,
invadindo todos os espaços,
os meus espaços.
Devolvo o olhar, não tenho a resposta, não sei quando...
o que mais quero é estar com você.
Se prestar atenção, a batida descompassada que rompe a completa inexistência de sons tem seu nome.
Um aquário, essa sou eu
Parece que todos (até os móveis) podem enxergar você através de mim,
lêem minha mente,
percebem que me falta metade,
por mais que eu disfarce.
Que posso fazer se nada tem graça sem vc...

Uma voz sonolenta e doce de menino pequeno atende.
Noto que sorrio por dentro, embora tenha quase certeza que deva estar estampado na minha cara toda.
Você mexeu os ponteiros e eles andaram.
Os sentimentos agora são coloridos,
e as horas...
O coração se acalma, me sinto bem.

Quem sabe vc não sente o mesmo que eu,
quando me liga no meio da noite
e diz as coisas mais queridas do mundo?
Espero que passem logo esses longos meses cheios de horas sem cor.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Saudade




Eu não queria ter que partir.
Esvaziar os armários como quem quer livrar a alma
do aperto de ter que deixar quem se quer bem.
Ao tempo em que os olhos se enchem de lágrimas e o resto todo de dor.
Já te disse o quanto te adoro?
Já disse o quanto me faz bem? O quanto é importante?
Talvez, mas aqui tão longe parece que não disse o suficiente.
Queria ter dito mais, feito mais.
Perto nunca se tem muita noção da dimensão do sentimento ou da importância das pessoas.
E se acaba deixando para depois ou deixando para lá.
Quem colocou essas músicas no meu I pod?
Lembram tanta coisa... ou foi um sonho?
Havia um anjo... o show de uma banda... um lago... eu feliz...
Fecho os olhos e posso viver tudo de novo,
alimentar-me da tua doçura,
de tuas palavras,
realizar o que não deu...
Qualquer pouquinho, daqui é tanto.
Saudade é um sono que não vem.
(escrito em 24/08/07)

Lost

Cheguei a Washington há três dias, mas ainda não tenho muita noção do lugar em que me encontro ou de seu tamanho. Na verdade, moro numa cidade nos seus arredores, chamada Alexandria. Por enquanto, conheço a extensão da linha de ônibus que vai de minha casa à estação de metrô (King Station) e desta até a Univerdidade George Washington.
Dá uma sensação estranha essa de não saber direito onde se está e de como as coisas funcionam. É uma descoberta a cada tanto.
Diria que é a mesma sensação que sinto quando entro no supermercado próximo a minha casa. Não pensei que existissem tantas marcas de cada coisa (para que vinte marcas de água mineral? Até onde eu saiba, água é água; por outro lado, não se encontra uma marca sequer de água com gás, que eu adoro, para minha infelicidade).
Os americanos são especialistas em comidas prontas para levar -nesse supermercado tem desde sushi e frango assado até sopa enlatada-, enfim tudo que se possa imaginar para facilitar a vida na cozinha.
Eu sei, no Brasil também temos essas coisa, porém, em tamanha variedade, acho que nunca vi.
Só que tem um problema. Há tanta coisa, tanta diversidade, que você perde um tempão tentando descobrir o que é e escolher uma das opções disponíveis. Dá um trabalho enorme comparar preço, quantidade, quando há tantas marcas da mesma coisa.
Ontem fiquei mais de uma hora no supermercado para comprar meia dúzia de coisas. Eu não sei se o povo já está acostumado e vai direto no que procura. Eu fico lá horas e ainda tem coisas que não tenho nem idéia do que sejam.
Então me pergunto se vale a pena ter tanta variedade assim pelo tempo que demanda a ida ou mercado. Juro que preferia que tivesse duas ou três marcas e pronto. O tempo que se ganha não tendo que cozinhar, perde-se catando as coisas nos corredores . E o sentimento de estar comprando “gato por lebre” parece inevitável.
Ainda é cedo para dizer, mas acho que tanta diversidade acaba atrasando a vida da gente. Melhor dominar o lugar onde se esta e saber os corredores do supermercado de cor, com seu conteúdo. O desconhecido só me diverte até certo limite.
Pretendo comprar um guia de Washington urgentemente e resolver meu problema de localização. Quanto às comprar, bem, ou compro sempre as mesmas coisas que já experimentei e sei mais ou menos onde estão para não perder tempo ou... lá se vão mais algumas horas em pesquisa e exercício de inglês tentando decifrar todos aqueles rótulos e do que se trata. NO WAY!!!
(escrito em 24/08/07)

Despedida - Gustavo Barreto

O microfone anuncia a última chamada para o vôo, vcs se olham e instintivamente se abraçam. Surge então a tentativa de tentar representar em palavras os sentimentos, mas as lágrimas são muito mais eficientes. O beijo de despedida. Lá do segundo andar um aceno, um beijo, o último contato visual. O avião parte para a cabeceira da pista e decola. Resta-lhe apenas olhar, vê-lo sumir no horizonte e sentir seu coração apertar, cheio de incertezas e dúvidas sobre o futuro. (texto e foto Gustavo Barreto http://www.olhares.com/gbarreto )

Sem desfazer as malas

A linha da vida é um fiozinho tênue. Hoje estamos aqui, amanhã, quem sabe?
Chocam-me as tragédias.
Particularmente essa do acidente da TAM no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Fez-me refletir o quão pequena sou e quão frágil, a vida.
Não me saem da cabeça essas pessoas que estavam nesse vôo. Perder a vida dessa forma.
Quase duzentas pessoas, muitas delas gaúchos. Vidas abreviadas sem consulta prévia, sem despedidas, sem desfazer os mal-entendidos, sem desfazer as malas.
Julio, deputado; Antônio, médico e professor; Sílvia, mãe de Valentina; Fabiane, comissária da Tam; Rebeca... Todos eles e tantos outros passageiros, com suas histórias de vida, estamparam o jornal. O Estado todo consternado. O país.
Estou indo passar uma temporada de estudos fora do país. Diferentemente deles, tive tempo de fazer e desfazer as malas, de me despedir. Não que a tristeza por deixar pessoas queridas não tenha me dado vários nós na garganta cada vez que abraçava alguém me despedindo. A idéia de ficar cinco meses longe já angustia, pela saudade que se antecede. Mas eu pude me despedir e sei que a ausência é temporária. Tenho os recursos do telefone, da internet, etc. E eles? E suas famílias? Partiram sem saber que não tinha volta.
O mais chocante é que podia ser com qualquer um de nós. Eu mesma tinha vôo marcado, para São Paulo, na semana seguinte a do acidente e recebi telefonemas e e-mails de amigos preocupados se eu estaria também no vôo.
Somos reféns do caos no sistema aéreo do país, estamos apavorados e impotentes e, o pior, precisamos continuar viajando de avião, pois a vida segue e com ela os negócios, os compromissos. É frustrante ver que, após uma desgraça desse porte, as coisas sigam exatamente como estavam antes. - Não se preocupe não- dizem alguns – segundo as estatísticas pelo menos por seis meses estamos livres de acidentes aéreos. Até quando isso vai continuar? Quem trará de volta a confiança? Quando atitudes sérias e efetivas serão tomadas? Quando o aeroporto de Congonhas terá a resolução dos problemas de segurança dos usuários, em detrimento do interesse econômico e lucro de alguns grupos?
O que mais angustia é esse sentimento de não poder fazer nada, de estar com as mãos atadas, enquanto pessoas perdem a vida pela irresponsabilidade e omissão das medidas de prevenção necessárias a evitar esse tipo de tragédia.
Pelo menos que esse sacudão me leve a viver cada dia intensamente, levar a vida de forma leve, livrar-me das preocupações bobas e pequenos problemas, dizer às pessoas que amo o quanto elas são importantes, aproveitar os pequenos momentos de felicidade e da companhia dos amigos, fazer as pazes, perdoar, tentar ser feliz hoje, para não se arrepender do que deixou de ser feito quando o fio da vida se romper ali adiante. (escrito no final de julho de 2007, dias após o acidente

domingo, 12 de agosto de 2007

Anjos


Você acredita em anjos?
Posso dizer que conheço alguns. Eles caíram de pára-quedas em minha vida (isso mesmo, de pára-quedas, porque esses anjos, de que falo, são diferentes, não tem asas), acho que enviados pelo cara lá de cima. O mais legal é que eles aparecem nos momentos cruciais, de dificuldades, mudança, perda, decepção, como para compensar um sofrimento relevante. Bom, né?
Não tinha me apercebido disso, de que eles aparecem nas tempestades, até recentemente conhecer o último deles. Deve ser porque nesses tempos difíceis, nosso discernimento fica um pouco comprometido, e a gente só pensa que foi injustiçado, que tal coisa não podia acontecer justamente conosco. Então eles aparecem, nos pegam no colo, curam nossas dores e ficam para sempre. A gente nem nota. Cito alguns.
Foi assim com a Fabi, um anjinho que apareceu quando eu mudava de cidade, em função do trabalho, e andava por aí como uma tartaruga com a casa nas costas. Amizade à primeira vista. Cheguei a pensar que não podia ser normal, porque jamais conheci uma pessoa como ela. É dessas pessoas que tem uma luz interior, algo que naturalmente cativa e acolhe. Como se estivessem sempre sorrindo por dentro. Não sei explicar. Apelidou-me de pintinho destemido, de mochilinha nas costas. Ajudou a desemperrar a janela e a deixar o sol entrar.
O Mano também surgiu num daqueles momentos em que você vaga pela vida meio sem rumo. Esse anjinho pegou-me pela mão e me mostrou que a vida vale a pena. Sua alegria, sua simplicidade, a beleza de sua alma contagiaram a minha e me fizeram acreditar de novo no ser humano, que é possível ser feliz.
Recentemente uns anjinhos incipientes - de grande potencial - tem povoado minha vida.
Bom, o momento difícil de agora, diríamos, é que tive uma grande frustração. O mar paradisíaco em que me encontrava transformou-se em Tsunami. Quase não sobreivi. O cara lá em cima se preocupou e resolveu mandar três anjinhos em seqüência para me cuidar.
A Kellizinha é um desses anjinhos brigões que quer te defender com unhas e dentes de qualquer um que possa te deixar triste. Não importa como, dá um jeito de fazer você rir da sua própria desgraça. E você ri mesmo. Ri muito. Ela esvazia o peso da sua mochila.
Renata é um anjo querido que despencou da sua nuvenzinha diretamente no meu Orkut. Para quem não tinha qualquer informação a seu respeito e achava que nunca mais a encontraria, a conclusão lógica é que só pode ter um dedinho do amigão de novo, dessa vez se utilizando da tecnologia para incutir esse outro anjo. Renata tem a sinceridade e a retidão como seus princípios, virtudes escassas nas pessoas hoje em dia, mas que não se estranha encontrar em um anjo. Sua amizade dedicada se revelou um presente, e seu apoio, fundamental para superar a tristeza. Surpreendi-me com a amiga que encontrei. É como pisar, de novo, no chão, com os pés nus, depois de tirar doloridas sandálias de salto
Então, com Renata, veio o terceiro anjinho. Cara de menino pestinha, os olhos, no entanto, desmentem-no, revelando toda a pureza do que ele é. Gustavo é daquelas pessoas transparentes, sensíveis, amáveis, desses caras verdadeiros que a gente já não acredita que exista hoje em dia. Pense em algo doce. Conhecer esse anjo equivaleu a um cutucãozinho no ombro que instiga: "ei, nem todo mundo é igual."
Olhe ao seu redor e veja se você também não tem esse tipo de pessoa em sua vida.
O Exupéry dizia que a gente tem que suportar duas ou três larvas para ver as borboletas. Eu diria que a gente tem que passar por uma ou duas difíceis, se quiser conhecer os anjos. No final, o saldo é positivo: a tristeza passa, os anjos ficam. Inclusive impedindo outras pequenas tristezas de se manifestarem. Até que caia outro temporal. Mas esses são mais raros e, apesar de não existirem guarda-chuvas contra eles, trazem os anjos. Não se preocupe: o habitual são as chuvas de verão. Molham muito, mas secam logo.
Ah, tem mais uma coisa: os anjos transformam os Tsunamis em chuvas de verão. Acho que vale a pena!

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Dobrando o Mapa

Foto Gustavo Barreto (http://www.olhares.com/gbarreto Calçada na Orla de Atalaia)

O melhor de viajar é que, além de você conhecer um lugar novo, vive tanta coisa diferente, experimenta outras culturas, conhece pessoas.
Como diz um amigo meu, é muito legal poder dobrar o mapa e aventurar-se por esse país tão diversificado.
De Porto Alegre, diretamente para Aracaju, com pit stop em São Paulo para entrevista no Consulado Americano, as diferenças já iniciam assim que saio do avião.
Vinda de um frio de oito graus, aproximadamente, desci, no aeroporto da capital sergipana, vestindo calça jeans, botas de plataforma, blusão de lã, jaqueta e cachecol, dando de cara com uma noite úmida de vinte e cinco graus. As pessoas deviam estar pensando que eu vinha do pólo norte. Ou como me disse um amigo baiano que mora aqui há anos: - O pessoal deve ter te olhado e pensado "Essa aí foi viajar para o frio e agora vem vestida assim para aparecer."
No hotel, após o check in, às 2h da manhã, o atendente me informa que o café da manhã está servido e que eu ficasse à vontade. "Quê, como assim, às 2h da manhã?" Claro, o café funcionava da 1h às 10h. Humm... Esse pessoal deve ser meio notívago. Carne de sol, cuscus, mandioca, bolo de tapioca, suco de úmbu, graviola e mangaba, compondo o cardápio, completaram minha estranheza.
As diferenças não pararam por aí.
Divirto-me com o jeito deles de falar, rápido e com o sotaque nordestino carregado. Anoto algumas expressões para não esquecer: Repare, ói, ói ela, dia de quinta, hente (para dizer gente com a pronúncia do h do inglês), minha tia (com TI mesmo e não TCHIA, como falamos em Porto Alegre), di dia ( com DI ao invés de nossa pronúncia de DGIA), e a falta dos artigos definidas na frente dos nomes próprios: esse é o hotel DE Angela (e não DA Angela) ou Paula me ligou (ao invés de A Paula me ligou).
Também descobri que há uma rivalidade com Salvador, na busca do sotaque perfeito. Os baianos acham que o sotaque deles é melhor e detestam o do sergipano; estes já acham que o seu é que é bonito e o correto. Confesso que, para uma gaúcha, sem querer ofender ninguém, inicialmente, os sotaques me pareciam todos iguais. Só depois de um tempo aqui, e após ter ido tantas vezes a Salvador, e convivido com baianos e sergipanos concomitantemente, prestando bem atenção, é que comecei a reparar as diferenças do jeito baiano de ser e do sergipano de falar. Mas não é fácil não.
O elemento humano é o melhor. Qualquer lugar fica interessante quando você está em boa companhia. Talvez por isso eu esteja achando o máximo essa cidade. Ainda que com suas limitações em termos de infra-estrutura, opções culturais e de lazer, que outras capitais, mesmo do nordeste, oferecem, acho-a charmosa em sua simplicidade. Quem tem amigos tem tudo. E, aqui, as amizades que fiz tem feito eu me sentir em casa. É como se estivesse em uma cidadezinha do interior, pois todos se conhecem e acabam se encontrando nos mesmos lugares. Fico sabendo das histórias, da vida das pessoas, das festas e do que está acontecendo de legal na cidade, além de freqüentar os mesmos picos dos nativos. Em pleno julho, fui a uma festa na beira da praia, onde teve show do Capital Inicial, enquanto, no sul, os porto alegrenses tilintavam de frio. Freqüentei alguns barzinhos e baladas, cheio de gente bonita e pouca roupa. Parece inacreditável que eu esteja falando do mesmo país.
Adoro muito tudo isso! Gosto de ir para um lugar e curtir a vida dali, saber como as pessoas vivem, seus hábitos e modas. Conhecer pessoas, fazer amigos.. Não acho graça em conhecer dez lugares correndo. Prefiro demorar mais em um só e levar um pedacinho da experiência dali, com tudo que essa vivência representa. E, nesse momento, isso tem me feito muito bem. Dá até vontade de ficar...

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Fico Assim Sem Você - Claudinho e Bochecha

Avião sem asa, fogueira sem brasa
Sou eu assim sem você
Futebol sem bola. Piu-Piu sem Frajola
Sou eu assim sem você
Por que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes
Vão poder falar por mim
Amor sem beijinho, Bochecha sem Claudinho
Sou eu assim sem você
Circo sem palhaço, namoro sem 'amasso'
Sou eu assim sem você
To louca pra te ver chegar
To louca pra te ter nas mãos
Deitar no teu abraço, retomar o pedaço
Que falta no meu coração
Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo
Porque? Pooooooorque?
Neném sem chupeta, Romeu sem Julieta
Sou eu assim sem você
Carro sem estrada, queijo sem goiabada
Sou eu assim sem você

Por que é que tem que ser assim?...

A Dor Que Ninguém Vê

Pediu para não se identificar. A moça de trinta anos e cara de menina contou, com os olhos cheios de lágrimas que, por volta dos dez anos, tinha sido abusada sexualmente por um tio. –Ele fazia de tudo comigo. Eu era só uma criança.
Seus pais deixavam a menina e os irmãos na casa de parentes. O tio criava situações para ficar sozinho com ela. Ameaçava de morte para que não contasse nada. Com o tempo, aquele ser patológico começou a esperá-la no final da escola. Fingindo-se de cliente, pegava a chave de imóveis disponíveis para locação, em imobiliárias, e levava a criança para lá, cometendo os abusos.
A moça cresceu sem jamais contar a ninguém. Conviveu e torturou-se por anos, até perceber que, muitos dos traumas que trazia, tinham fundamento naqueles fatos. Resolveu contar-me “para evitar que ele não fizesse com mais crianças e elas não sofressem como eu.” Sabia que, dado ao tempo, não poderia mais ser punido pelo que fizera a ela, por mais que as conseqüências ainda se fizessem presentes, como fantasmas.
Enquanto ouvia a história, um nó começou a se formar em meu estômago, misturado a um sentimento de revolta e impotência.
Até para alguém acostumada a lidar com casos de abuso sexual envolvendo crianças, sempre chocantes e difíceis, o caso dela me tocou em particular.
Alguém já presenciou a dor e o sofrimento de uma moça que ainda se emociona, depois de vinte anos, ao contar os fatos traumáticos que marcaram sua infância e que a faz chorar como criança ao relatá-los, como se os estivesse vivendo novamente?
Uma pessoa, de bom nível social, que passou pelas mesmas dificuldades que passam as vítimas crianças dos processos em que trabalho, geralmente de classes menos favorecidas, e que, por melhor sorte, tiveram seus casos descobertos e a violência cessada.
No caso dessa moça, ela muito se ressente de que os pais nunca tenham prestado atenção no que estava lhe acontecendo, tendo a situação perdurado por anos.
A história dela pode ser a de muitas mulheres ou homens. Filhos de pais negligentes, que não percebem o que se passa com seus filhos.
Pesquisei a vida pregressa desse abusador e descobri que ele respondeu a termo circunstanciado por perturbar outra menina, a qual ele perseguia na saída da escola e oferecia presentes para que o deixasse tocá-la. Felizmente, os pais agiram a tempo, e o registro de ocorrência impediu que o caso tivesse conseqüências mais graves. Vê-se que o abusador nunca pára numa vítima: ele tende a repetir o ato, em face da síndrome de adição que o acomete. A criança é vista como uma droga, da qual não consegue se abster.
O abuso sexual de crianças envolve segredo, onde o abusador manipula a vítima para que não conte os fatos a ninguém. Faz com que a criança acredite que é culpada daquilo, que quis o ato. Muitas vezes, em razão da idade, ela não diferencia o certo do errado. É convencida de que o abuso é natural. Ele a ameaça ou dá presentes para que faça o que ele quer e não o delate. Os casos intra-familiares são os mais difíceis de detectar, justamente por este sentimento de amor e ódio que a criança nutre pelo abusador, e a pressão psicológica sofrida, fazendo com que ela omita o que está lhe ocorrendo. Entretanto, utiliza-se de sinais para comunicar-se, esperando ser compreendida. As crianças pequenas costumam demonstrar o abuso em desenhos, ou formas não-verbais. As alfabetizadas, em redações ou histórias, narrando fatos como se tivessem acontecido com outra pessoa. Algumas apresentam alterações de comportamento, como rebeldia, retraimento, tristeza, agressividade, sexualidade exacerbada, e até sinais físicos, como doenças sexualmente transmissíveis, machucados, marcas pelo corpo, etc.
Nenhum de nós está preparado para lidar com essas situações. Precisamos mudar esse quadro, preparando pais, professores e profissionais de saúde a atentarem para os sinais de seus filhos, pupilos e pacientes, pois, de alguma, forma eles tentarão comunicar o que está ocorrendo. Precisam aprender a enfrentar o problema e a adotar medidas que cessem o abuso e protejam a criança de novas violências. A própria criança necessita aprender a diferenciar a situação de abuso e a se defender, recorrendo a um adulto de confiança. Pequenas atitudes que evitariam os muitos traumas e sofrimentos silenciosos que têm corroído a infância.
Artigo publicado no jornal O SUL de 15/07/07.

domingo, 15 de julho de 2007

Por Onde Andei - Nando Reis

Desculpe estou um pouco atrasado
Mas espero que ainda de tempo
De dizer que andei errado e eu entendo
As suas queixas tão justificáveis
E a falta que eu fiz nessa semana
Coisas que pareceriam óbvias até pra uma criança

Por onde andei
Enquanto você me procurava
Será que eu sei que você mesmo é tudo aquilo que me faltava?

Amor eu sinto a sua falta
E a falta é morte da esperança
Como o dia em que roubaram o seu carro, deixou uma lembrança
Que a vida é mesmo coisa muito frágil
Uma bobagem uma irrelevância
Diante da eternidade do amor, de quem se ama

Por onde andei
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei, foi muito pouco ou quase nada
E que eu deixei, algumas roupas penduradas
Será que eu sei que você é mesmo tudo aquilo que me faltava?

domingo, 24 de junho de 2007

Cabelos






Será verdade que a força está nos cabelos? Talvez. Não sei se a força, talvez a senualidade. Confesso que me sinto diferente desde que cortei meus longos, apesar da aprovação geral. Passado o estado de choque, acho que gostei. Mas não sei se vou aderir a esse novo visual. Ainda em fase de adaptação. Sem fotos, por enquanto.

Meu amor, regue as plantas

Não te culpo por não me dares atenção.
A maioria de nós não presta atenção ao que está a sua volta quando envolvida com seus afazeres e compromissos diários. Parece que só o que fazemos é importante, as pessoas não.
Deixa-se de lado aqueles que nos amam e que demandariam talvez apenas cinco minutos de nossa dedicação.
Eu mesma cometo esse erro sem me dar conta e detesto quando o fazem comigo.
Pretendo ser melhor nesse aspecto. Percebo o quanto a pessoa que amo morre dentro de mim quando isso acontece. O amor, como a amizade, exige cuidado. Não quero morrer em quem amo.
Desfaço-me de minha desatenção,
esperando que faças o mesmo.
Antes que seja tarde...

terça-feira, 12 de junho de 2007

Washington, I'm going...

Recentemente recebi a notícia que tanto esperava: fui selecionada para realizar um curso em Washington, com bolsa de estudos, de quatro meses. Estarei de agosto a dezembro deste ano estudando na George Washington University, num curso de macroeconomia. O interessante é que estarei fazendo coisas que eu adoro - aprimorando meu inglês, estudando direito, conhecendo um lugar novo. Nesse período, vou ter de trancar a faculdade de Formação de Escritores e Agentes Literários na Unisinos, mas espero continuar produzindo textos literários e postando-os aqui, além de manter notícias atualizadas de lá. It'll be great!

Sombrinhas Paraguaias

Paulinho Marchese e Fabiano Cerolli, o Mano, pediram que eu escrevesse contando essa história. Viajaram com as esposas para a Espanha em fevereiro do ano passado. Adoraram Lugo, com sua muralha medieval e suas lojas e restaurantes charmosos. Brincaram na neve e esquiaram nas montanhas geladas da região da Galícia. Conheceram Madri e sua movimentada vida noturna, seus monumentos e pontos turísticos e o estádio do Real Madri.
Durante um jantar, o Paulinho estava me contando os acontecimentos da viagem e sobre o jogo do Real Madri. Ele e o Mano tinham deixado as esposas no hotel e se aventurado a ir, de metrô, ao estádio para ver o jogo do Real Madri contra o Liverpool. Estava chovendo, então levaram as sombrinhas das esposas. O detalhe é que nenhum dos dois sabia falar espanhol. Nem portunhol. Viravam-se com um português com sotaque. E não tinham ingresso.
O jogo era importante e iam tentar comprar de cambistas na frente do estádio. No hotel, asseguraram que teria alguém vendendo. Conseguiram, não sei como, comunicar-se com um senhor e compraram dois ingressos por cem euros cada. Na entrada do estádio, ficaram preocupados, pois viam que os ingressos das outras pessoas eram diferentes. Acharam que o deles era falso e que seriam barrados. O Paulinho falou, relembrando o episódio:
- Tínhamos de passar por uma revista para entrar, Angela, eles estavam parando todo mundo. O Mano me empurrou na frente. Olha só o que é a segurança dos caras. Um deles, só de apalpar a sombrinha, que estava dentro da sacola de plástico que eu levava, descobriu que era do Paraguai.
- Como assim? - perguntei.
-Quando chegou a nossa vez, ele apalpou a sacola e disse: Paraguai, Paraguai?- respondi que sim e ele me deixou passar.
Depois, a esposa do Paulinho protestou:
- Mas a minha sombrinha não é do Paraguai.
Achei aquilo estranho e perguntei:
- Tem certeza que ele falou "Paraguai?", por acaso não falou paraguas?
- Sim, paraguai, paraguas, algo assim. Só de apalpar ele descobriu - me disse o Paulinho, entusiasmado com a eficiência dos seguranças espanhóis.
Comecei a rir e falei: - Claro, Paulinho. Porque sombrinha em espanhol é paraguas.
Todos desataram a rir, e esse episódio foi escolhido como o mais engraçado da viagem.
(texto publicado no caderno viagem da Zero Hora em15-05-07)