terça-feira, 30 de outubro de 2007

domingo, 21 de outubro de 2007

Aqui onde o tempo não passa...

Passam os prédios, as luzes, os carros,
num piscar de olhos,
distorcidos pela velocidade do metrô.
Viajo de costas, como quem quer voltar no tempo,
um tempo, um lugar, onde você estava.
De costas, o tempo não passa.
Vou na direção contrária,
mais fácil se fosso com ele,
chegaria mais rápido ao lugar onde se cruzarão nossas vidas paralelas.
Vivendo no passado ou no futuro,
o presente não tem me convencido.
Estou onde quis, fazendo o que planejei e falta algo
Durmo cedo, para te encontrar nos meus sonhos.
Fecho as curtinas, finjo que é noite,
mas, à noite, é que a tua ausência me maltrata.
Quisera eu ter parado o mundo e descido,
naquele exato momento em que te encontrei.
Conto os dias para você chegar...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Marroom 5 - Simply The Best!!


Sem palavras!!
Se fui a um show bom como este, não me lembro!
Excesso de adjetivos se fosse descrever a qualidade de tudo que vi e ouvi.
Só posso dizer que o show foi perfeito do início ao fim.
Senti-me como se estivesse assitindo a um DVD .
Por um momento, pensei que saía da realidade: Estou mesmo em Washington, assistindo a essa banda fantástica? Não, não, só pode ser sonho.
"Graças a Deus" eu fui nesse show.!!!

domingo, 14 de outubro de 2007

Washington

(foto Georgetown- Washington DC)
A cidade não fala minha língua
As pessoas muito menos
Continuo mais estrangeira do que nunca
Mais uma na multidão
Estranha sensação de não pertencer
Caminha-se pelas ruas incógnita
Você presta atenção em tudo
Ninguém presta atenção em você

Sim, eu falo a sua língua
E daí?
Quem não fala?
Eu. Neste momento, quase só falo a minha

Na outra margem, vejo cores iguais ...
não, são pessoas
Têm seus próprios códigos, estão em sintonia
Escuto, mas não compreendo
Cadê o barco que me leva para o outro lado?
Se pelo menos eu soubesse como atravessar esse rio...
Se vencesse meus medos, minha timidez, poderia pegar uma carona,
ou tentar sair nadando
E me infiltrar por entre as tribos
Quanta coisa a mais não traria para casa
Para meu azar, a fórmula não está disponível no mercado
Por ora, sigo contemplando este vasto rio
Tentando encontrar um jeito de voar para o outro lado

sábado, 6 de outubro de 2007

Big Brother

(foto Capitólio - Washington DC)
Faz um pouco mais de um mês que cheguei em Washington e acho que até o final do meu curso, em dezembro, devo matar alguém kkkkkkkk.
É sério! Começo a compreender o que aquelas pessoas que participam do Big Brother sentem. São colocados dentro de uma casa, onde não podem sair, com um bando de gente desconhecida, cada um com suas manias, idiossincrasias, convivendo vinte quatro horas por dia. Só pode acabar em confusão, intriga, briga, essas coisas.
O que isso tem a ver comigo? Bem estou num outro país, sozinha, de onde não posso sair até dezembro, fazendo um curso de macroeconomia, dificílimo (e em inglês), que não tenho a mínima noção e convivendo praticamente todos os dias (ou no mínimo três vezes por semana), manhã e tarde, com mais sete pessoas que acabei de conhecer e estão na mesma situação que eu. Jamais fui uma mulher estressada ou de me indispor com as pessoas. Quem me conhece sabe que sou uma pessoa calma, pacienciosa e de fácil trato. Não é o que se tem visto aqui.
O convívio com estes colegas, principalmente com alguns dos rapazes, tem despertado um lado meu que eu não sabia que tinha ou não conhecia. Não sei se é toda essa situação inusitada de estar num país diferente, outra cultura, longe dos amigos e das pessoas queridas, as dificuldades inerentes a tudo isso, sei eu, o que acontece é que começamos com pequenas discussões que estão ficando cada vez mais sérias.
Os rapazes têm o hábito de fazer umas brincadeiras um tanto ofensivas (que até acho que deve ser comum entre os homens) e não sei se é a convivência, a proximidade, que acabam quebrando as barreiras do respeito entre as pessoas ou o quê, mas elas estão cada vez ficando mais pesadas e melindrosas. Por fim, vejo-me sendo ríspida e dizendo coisas rudes que habitualmente não diria. Lei da ação e reação. Dá a impressão que estão testando os meus limites para ver até onde agüento. Só que, estando todo mundo com os nervos à flor da pele e estressados, acaba cada um dizendo o que quer e ouvindo o que não quer.
Tenho consciência de que preciso melhorar minha atitude, não devo aceitar as provocações ou replicar, mas será que só eu me dou conta disso? Será que eles não vão perceber que está demais e devem ter mais cuidado com o que falam? Provavelmente não. Poucas pessoas fazem auto-análise e revêem seus erros.
Preciso parar de agir dessa maneira ou logo vou ser colocada no paredão, como a chata, estressada da turma, ou a que não sabe brincar, porém confesso que está difícil. Quem sabe se tentasse meditação, ioga, algo zen. Se conseguir superar isso, terei aprendido grandes lições de vida, de equilíbrio, de autocontrole. Juro que estou me esforçando. Entretanto, pequenos incidentes ficam ultradimensionados aqui e há perigo de explosão a qualquer momento. Difícil evitar. Não tem para onde fugir. Washington é a casa do Big Brother dessas oito pessoas.
Haverá uma recompensa por ficar quatro meses aprisionada em outro país com um bando de gentlemen? Não percam os próximos capítulos dessa versão do Big Brother em Washington.

Reflexo

Puxa, meus textos estão açucarados ultimamente.
É conseqüência do que estou sentindo.
Eu gosto deles, são espelho de mim mesma,
mas quem lê, de fora, será que gosta?
Estarão eles chatinhos e repetitivos?
Não posso evitar, minha inspiração vem do que vivo.
Não consigo me despir dos sentimentos.
Se o fizer, não serei mais eu,
serão textos vazios, sem por que de existir.

Pílulas de Amor

(foto Gustavo Barreto disponível no site http://olhares.aeiou.pt/foto1218283.html)


As flores reagiram
Estão mais vivas e belas do que nunca
E quem resistiria?
Foram regadas e cuidadas por um anjo
Inundadas de mel e açúcar
Não tinham como não reagir
O vidro foi trocado
Os pedaços juntados,
colados com sua cola de palavras

Sensível, intensa, exagerada nas reações,
mas transparente
Você sabe que sou assim
Gosto demais de você
Se quiser, você sabe o que fazer para me deixar feliz

Como diz a Ivete
Bastou você entrar na vida para ficar tudo bem
Não quero desgrudar de você
É bom parar o tempo
Tem tudo pra dar certo nós dois...
Isso sim é amor de verdade.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Decepção

Acendem-se as luzes
Abre-se a cortina
O que se vê nem de longe se assemelha com o que foi visto
Em destaque apenas pedaços do que antes parecia perfeito
As flores estão murchas
Não sei se murcharam agora ou se sempre estiveram assim
Não dava para perceber com todos aqueles holofotes coloridos
Tristeza
Vidro quebrado
Cacos
Partes de mim mesma
De dia, difícil não notar o pó sobre os móveis
Melhor talvez fosse manter os olhos fechados...