terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Prêmio Açorianos de Literatura

Foi muito legal a entrega do Prêmio Açorianos de Literatura. Havia vários colegas meus da oficina do Charles Kiefer concorrendo como finalistas, dentre eles a Eny Algayer e o Nelson Rego, este, inclusive venceu na categoria contos. Vários escritores consagrados prestigiaram o evento. Humberto Gessinger deu conta da canja musical e de apresentar os vencedores. O livro do ano ficou para Diáfana, de Celso Sisto. Veja aqui os vencedores de todas as categorias http://coordenacaodolivro.blogspot.com/2011/12/vencedores-do-premio-acorianos-de.html
Olha quem a gente encontrou por lá:
Foto1: finalistas Nelson Rego, Silveira, Karina Luft e Eny Algayer
Foto 2: (fico devendo o nome da moça à esquerda) Eny Algayer, Nelson Rego, Carla da Palavraria, Luisa, e eu.
Foto 3: vencedores do Açorianos
Foto 4: Humberto Gessinger à direita
Foto 5: escritor Antônio Xerxenesky e jornalista Lu Thomé (fato literário 2011 c/ Sport Clube Literatura)
Foto 6: Editor da Dublinense Rodrigo Rosp e o escritor Charles Kiefer
Foto 7: Escritoras Eny Algayer e Karina Luft

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Flashes da Feira do Livro

Fiquei devendo algumas fotos que tirei de escritores na Feira do Livro de Porto Alegre. Abaixo os escritores David Coimbra, Eduardo Sacheri, Rui Carlos Osterman, Fabrício Carpinejar, Luís Fernando Veríssimo, Martha Medeiros. E eu e o Gabriel, claro, em alguns momentos de tietagem. Embora a foto pareça estar pela metade no blog, basta clicar sobre ela para abrir e visualizá-la inteira.


Martha Medeiros

Carpinejar

David Coimbra

Luís Fernando Veríssimo


Osterman e Sacheri
Sacheri e eu

Osterman e Sacheri

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Notícias da Feira do Livro de Porto Alegre



Assisti ontem a um Painel com a escritora portuguesa Lídia Jorge, com a participação da Patrona Jane Tutikian, Walter Galvani e Cíntia Moscovich, tendo a convidada conversado sobre sua obra "O Vento Assobiando nas Gruas" e abordado outras questões literárias.
A escritora referiu que sua relação com a literatura vem de muito cedo, quando havia em sua casa uma pequena biblioteca e ela lia os livros em voz alta para os familiares. Na época achava o universo adulto muito triste, porque aquelas histórias sempre tinham um final trágico. Sua inserção na escrita se deu por meio da tentativa de reescrever finais felizes para aquelas histórias e, assim, tornar o mundo melhor.
Me identifiquei muito quando ela disse que somente é capaz de escrever em português, embora possa falar outras línguas, pois somente o convívio desde cedo com a língua mãe permite o domínio desta e a possibilidade de se expressar literariamente nesta língua.
De fato, embora fale e compreenda algumas línguas como o inglês, o itlaiano e espanhol, meu domínio é parcial, como se enxergasse por meio de uma lanterna, somente o que está iluminado pelo meu facho de luz, porém, além daquilo que conheço, esconde-se um universo de palavras e significados para mim desconhecidos, o que tornariam minha escrita por demais pobre em outra língua. Se já é muito difícil escrever bem em português, imagine na língua dos outros.

Infelizmente não pude assisitr todo o painel, porque em seguida tive minha sessão de autógrafos junto com os outros autores que compuseram o Caderno de Literatura n.º20 da AJURIS, o que foi bem legal. O Caderno está disponível na versão digital, e meu conto "Cartas", está na fl. 143. Confere aqui.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Minhas participações na Feira do Livro de Porto Alegre

Convido todos a prestigiarem minhas participações na Feira do Livro de Porto Alegre desse ano, onde estarei autografando em duas oportunidades:

Dia 09/11/2011, às 20h, no Memorial do RS, o Caderno de Literatura da Ajuris, juntamente com os demais autores. Solicita-se a doação de um kg de alimento não perecível para a retirada do Caderno de Literatura, que não estará disponível para venda, e obtenção do autógrafo dos autores.

Dia 13/11/2011,(domingo) às 16h, no Memorial do RS, o livro "Entre Palavras". O trabalho é composto de textos dos alunos da oficina de criação literária do Sintrajufe e dos vencedores do 7º Concurso Literário Mario Quintana, onde tirei 3º lugar na categoria Conto.

Esse ano ainda estou com textos em trabalhos coletivos, mas para o ano que vem pretendo lançar meu próprio livro.

Enquanto isso, espero vocês lá nas minhas sessões de autógrafos na Feira!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Finalista em Concurso literário

Queria dividir com vocês a notícia de que tirei terceiro lugar na categoria conto do Concurso Literário Mario Quintana, promovido pelo Sintrajufe. Essa foi a primeira vez que sou premiada nessa categoria, todos os outros prêmios que ganhei foi na categoria crônica. O conto vencedor foi Anjos e Demônios e será publicado na Antologia do concurso, com lançamento previsto para a Feira do Livro, dia 13/11/2011, 16h, no Memorial do RS. Estão todos convidados!
Confira os demais vencedores no site do Sintrajufe.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Promoção: siga, vote e concorra a 2 ingressos de cinema ou um livro

(foto fonte google imagens)

O blog está lançando uma campanha de incentivo a leitura onde pretende desenvolver alguns projetos neste âmbito. Mas para isso precisa de um slogan e gostaria de contar com a participação de vocês para escolher um slogan bem legal. O blog sugere os seguintes:
1- LER É TRI
2- LER ABRE PORTAS
3- ... (sua sugestão - opcional)
Siga o blog e vote num dos dois slogans acima ou sugira um terceiro, deixando um comentário aqui.
Com sua participação, você está concorrendo a um par de ingressos para o CineArteplex, em Porto Alegre. Se você não for de Porto Alegre, estará concorrendo a um livro da LPM&Pocket, O Retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde ou outro, a escolher, no mesmo valor, pelo site da Livraria Cultura. Se você divulgar no seu blog, concorre mais uma vez, mas deixe um comentário aqui nos avisando da divulgação.
Também dá para participar pelo twitter, seguindo @angeladalpos e dando RT na promoção e incluindo o seu voto.
Se participar lá e aqui concorre duas vezes. Se divulgar no seu blog, concorre três vezes.
Participe e divulgue!
(Promoção prorrogada até dia 30 de novembro. Após será realizado o sorteio dos participantes)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Entrevista com Antonio Cândido

Divido com vocês a entrevista do Antonio Cândido que minha colega de oficina literária, a Luiza, enviou. Gostei muito e então, mesmo sendo um pouco extensa, resolvi dividir com vocês. Boa leitura!

Antonio Candido: “O socialismo é uma doutrina triunfante”
Aos 93 anos, Antonio Candido explica a sua concepção de socialismo, fala sobre literatura e revela não se interessar por novas obras
por Joana Tavares, no Brasil de Fato, sugestão do Igor Felippe
Crítico literário, professor, sociólogo, militante. Um adjetivo sozinho não consegue definir a importância de Antonio Candido para o Brasil. Considerado um dos principais intelectuais do país, ele mantém a postura socialista, a cordialidade, a elegância, o senso de humor, o otimismo. Antes de começar nossa entrevista, ele diz que viveu praticamente todo o conturbado século 20. E participou ativamente dele, escrevendo, debatendo, indo a manifestações, ajudando a dar lucidez, clareza e humanidade a toda uma geração de alunos, militantes sociais, leitores e escritores.
Tão bom de prosa como de escrita, ele fala sobre seu método de análise literária, dos livros de que gosta, da sua infância, do começo da sua militância, da televisão, do MST, da sua crença profunda no socialismo como uma doutrina triunfante. “O que se pensa que é a face humana do capitalismo é o que o socialismo arrancou dele”, afirma.
Brasil de Fato – Nos seus textos é perceptível a intenção de ser entendido. Apesar de muito erudito, sua escrita é simples. Por que esse esforço de ser sempre claro?
Antonio Candido – Acho que a clareza é um respeito pelo próximo, um respeito pelo leitor. Sempre achei, eu e alguns colegas, que, quando se trata de ciências humanas, apesar de serem chamadas de ciências, são ligadas à nossa humanidade, de maneira que não deve haver jargão científico. Posso dizer o que tenho para dizer nas humanidades com a linguagem comum. Já no estudo das ciências humanas eu preconizava isso. Qualquer atividade que não seja estritamente técnica, acho que a clareza é necessária inclusive para pode divulgar a mensagem, a mensagem deixar de ser um privilégio e se tornar um bem comum.
O seu método de análise da literatura parte da cultura para a realidade social e volta para a cultura e para o texto. Como o senhor explicaria esse método?
Uma coisa que sempre me preocupou muito é que os teóricos da literatura dizem: é preciso fazer isso, mas não fazem. Tenho muita influência marxista – não me considero marxista – mas tenho muita influência marxista na minha formação e também muita influência da chamada escola sociológica francesa, que geralmente era formada por socialistas. Parti do seguinte princípio: quero aproveitar meu conhecimento sociológico para ver como isso poderia contribuir para conhecer o íntimo de uma obra literária. No começo eu era um pouco sectário, politizava um pouco demais minha atividade. Depois entrei em contato com um movimento literário norte-americano, a nova crítica, conhecido como new criticism. E aí foi um ovo de colombo: a obra de arte pode depender do que for, da personalidade do autor, da classe social dele, da situação econômica, do momento histórico, mas quando ela é realizada, ela é ela. Ela tem sua própria individualidade. Então a primeira coisa que é preciso fazer é estudar a própria obra. Isso ficou na minha cabeça. Mas eu também não queria abrir mão, dada a minha formação, do social. Importante então é o seguinte: reconhecer que a obra é autônoma, mas que foi formada por coisas que vieram de fora dela, por influências da sociedade, da ideologia do tempo, do autor. Não é dizer: a sociedade é assim, portanto a obra é assim. O importante é: quais são os elementos da realidade social que se transformaram em estrutura estética. Me dediquei muito a isso, tenho um livro chamado “Literatura e sociedade” que analisa isso. Fiz um esforço grande para respeitar a realidade estética da obra e sua ligação com a realidade. Há certas obras em que não faz sentido pesquisar o vínculo social porque ela é pura estrutura verbal. Há outras em que o social é tão presente – como “O cortiço” [de Aluísio Azevedo] – que é impossível analisar a obra sem a carga social. Depois de mais maduro minha conclusão foi muito óbvia: o crítico tem que proceder conforme a natureza de cada obra que ele analisa. Há obras que pedem um método psicológico, eu uso; outras pedem estudo do vocabulário, a classe social do autor; uso. Talvez eu seja aquilo que os marxistas xingam muito que é ser eclético. Talvez eu seja um pouco eclético, confesso. Isso me permite tratar de um número muito variado de obras.
Teria um tipo de abordagem estética que seria melhor?
Não privilegio. Já privilegiei. Primeiro o social, cheguei a privilegiar mesmo o político. Quando eu era um jovem crítico eu queria que meus artigos demonstrassem que era um socialista escrevendo com posição crítica frente à sociedade. Depois vi que havia poemas, por exemplo, em que não podia fazer isso. Então passei a outra fase em que passei a priorizar a autonomia da obra, os valores estéticos. Depois vi que depende da obra. Mas tenho muito interesse pelo estudo das obras que permitem uma abordagem ao mesmo tempo interna e externa. A minha fórmula é a seguinte: estou interessado em saber como o externo se transformou em interno, como aquilo que é carne de vaca vira croquete. O croquete não é vaca, mas sem a vaca o croquete não existe. Mas o croquete não tem nada a ver com a vaca, só a carne. Mas o externo se transformou em algo que é interno. Aí tenho que estudar o croquete, dizer de onde ele veio.
O que é mais importante ler na literatura brasileira?
Machado de Assis. Ele é um escritor completo.
É o que senhor mais gosta?
Não, mas acho que é o que mais se aproveita.
E de qual o senhor mais gosta?
Gosto muito do Eça de Queiroz, muitos estrangeiros. De brasileiros, gosto muito de Graciliano Ramos… Acho que já li “São Bernardo” umas 20 vezes, com mentira e tudo. Leio o Graciliano muito, sempre. Mas Machado de Assis é um autor extraordinário. Comecei a ler com 9 anos livros de adulto. E ninguém sabia quem era Machado de Assis, só o Brasil e, mesmo assim, nem todo mundo. Mas hoje ele está ficando um autor universal. Ele tinha a prova do grande escritor. Quando se escreve um livro, ele é traduzido, e uma crítica fala que a tradução estragou a obra, é porque não era uma grande obra. Machado de Assis, mesmo mal traduzido, continua grande. A prova de um bom escritor é que mesmo mal traduzido ele é grande. Se dizem: “a tradução matou a obra”, então a obra era boa, mas não era grande.
Como levar a grande literatura para quem não está habituado com a leitura?
É perfeitamente possível, sobretudo Machado de Assis. A Maria Vitória Benevides me contou de uma pesquisa que foi feita na Itália há uns 30 anos. Aqueles magnatas italianos, com uma visão já avançada do capitalismo, decidiram diminuir as horas de trabalho para que os trabalhadores pudessem ter cursos, se dedicar à cultura. Então perguntaram: cursos de que vocês querem? Pensaram que iam pedir cursos técnicos, e eles pediram curso de italiano para poder ler bem os clássicos. “A divina comédia” é um livro com 100 cantos, cada canto com dezenas de estrofes. Na Itália, não sou capaz de repetir direito, mas algo como 200 mil pessoas sabem a primeira parte inteira, 50 mil sabem a segunda, e de 3 a 4 mil pessoas sabem o livro inteiro de cor. Quer dizer, o povo tem direito à literatura e entende a literatura. O doutor Agostinho da Silva, um escritor português anarquista que ficou muito tempo no Brasil, explicava para os operários os diálogos de Platão, e eles adoravam. Tem que saber explicar, usar a linguagem normal.
O senhor acha que o brasileiro gosta de ler?
Não sei. O Brasil pra mim é um mistério. Tem editora para toda parte, tem livro para todo lado. Vi uma reportagem que dizia que a cidade de Buenos Aires tem mais livrarias que em todo o Brasil. Lê-se muito pouco no Brasil. Parece que o povo que lê mais é o finlandês, que lê 30 volumes por ano. Agora dizem que o livro vai acabar, né?
O senhor acha que vai?
Não sei. Eu não tenho nem computador… as pessoas me perguntam: qual é o seu… como chama?
E-mail?
Isso! Olha, eu parei no telefone e máquina de escrever. Não entendo dessas coisas… Estou afastado de todas as novidades há cerca de 30 anos. Não me interesso por literatura atual. Sou um velho caturra. Já doei quase toda minha biblioteca, 14 ou 15 mil volumes. O que tem aqui é livro para visita ver. Mas pretendo dar tudo. Não vendo livro, eu dou. Sempre fiz escola pública, inclusive universidade pública, então é o que posso dar para devolver um pouco. Tenho impressão que a literatura brasileira está fraca, mas isso todo velho acha. Meus antigos alunos que me visitam muito dizem que está fraca no Brasil, na Inglaterra, na França, na Rússia, nos Estados Unidos… que a literatura está por baixo hoje em dia. Mas eu não me interesso por novidades.
E o que o senhor lê hoje em dia?
Eu releio. História, um pouco de política… mesmo meus livros de socialismo eu dei tudo. Agora estou querendo reler alguns mestres socialistas, sobretudo Eduard Bernstein, aquele que os comunistas tinham ódio. Ele era marxista, mas dizia que o marxismo tem um defeito, achar que a gente pode chegar no paraíso terrestre. Então ele partiu da ideia do filósofo Immanuel Kant da finalidade sem fim. O socialismo é uma finalidade sem fim. Você tem que agir todos os dias como se fosse possível chegar no paraíso, mas você não chegará. Mas se não fizer essa luta, você cai no inferno.
O senhor é socialista?
Ah, claro, inteiramente. Aliás, eu acho que o socialismo é uma doutrina totalmente triunfante no mundo. E não é paradoxo. O que é o socialismo? É o irmão-gêmeo do capitalismo, nasceram juntos, na revolução industrial. É indescritível o que era a indústria no começo. Os operários ingleses dormiam debaixo da máquina e eram acordados de madrugada com o chicote do contramestre. Isso era a indústria. Aí começou a aparecer o socialismo. Chamo de socialismo todas as tendências que dizem que o homem tem que caminhar para a igualdade e ele é o criador de riquezas e não pode ser explorado. Comunismo, socialismo democrático, anarquismo, solidarismo, cristianismo social, cooperativismo… tudo isso. Esse pessoal começou a lutar, para o operário não ser mais chicoteado, depois para não trabalhar mais que doze horas, depois para não trabalhar mais que dez, oito; para a mulher grávida não ter que trabalhar, para os trabalhadores terem férias, para ter escola para as crianças. Coisas que hoje são banais. Conversando com um antigo aluno meu, que é um rapaz rico, industrial, ele disse: “o senhor não pode negar que o capitalismo tem uma face humana”. O capitalismo não tem face humana nenhuma. O capitalismo é baseado na mais-valia e no exército de reserva, como Marx definiu. É preciso ter sempre miseráveis para tirar o excesso que o capital precisar. E a mais-valia não tem limite. Marx diz na “Ideologia Alemã”: as necessidades humanas são cumulativas e irreversíveis. Quando você anda descalço, você anda descalço. Quando você descobre a sandália, não quer mais andar descalço. Quando descobre o sapato, não quer mais a sandália. Quando descobre a meia, quer sapato com meia e por aí não tem mais fim. E o capitalismo está baseado nisso. O que se pensa que é face humana do capitalismo é o que o socialismo arrancou dele com suor, lágrimas e sangue. Hoje é normal o operário trabalhar oito horas, ter férias… tudo é conquista do socialismo. O socialismo só não deu certo na Rússia.
Por quê?
Virou capitalismo. A revolução russa serviu para formar o capitalismo. O socialismo deu certo onde não foi ao poder. O socialismo hoje está infiltrado em todo lugar.
O socialismo como luta dos trabalhadores?
O socialismo como caminho para a igualdade. Não é a luta, é por causa da luta. O grau de igualdade de hoje foi obtido pelas lutas do socialismo. Portanto ele é uma doutrina triunfante. Os países que passaram pela etapa das revoluções burguesas têm o nível de vida do trabalhador que o socialismo lutou para ter, o que quer. Não vou dizer que países como França e Alemanha são socialistas, mas têm um nível de vida melhor para o trabalhador.
Para o senhor é possível o socialismo existir triunfando sobre o capitalismo?
Estou pensando mais na técnica de esponja. Se daqui a 50 anos no Brasil não houver diferença maior que dez do maior ao menor salário, se todos tiverem escola… não importa que seja com a monarquia, pode ser o regime com o nome que for, não precisa ser o socialismo! Digo que o socialismo é uma doutrina triunfante porque suas reivindicações estão sendo cada vez mais adotadas. Não tenho cabeça teórica, não sei como resolver essa questão: o socialismo foi extraordinário para pensar a distribuição econômica, mas não foi tão eficiente para efetivamente fazer a produção. O capitalismo foi mais eficiente, porque tem o lucro. Quando se suprime o lucro, a coisa fica mais complicada. É preciso conciliar a ambição econômica – que o homem civilizado tem, assim como tem ambição de sexo, de alimentação, tem ambição de possuir bens materiais – com a igualdade. Quem pode resolver melhor essa equação é o socialismo, disso não tenho a menor dúvida. Acho que o mundo marcha para o socialismo. Não o socialismo acadêmico típico, a gente não sabe o que vai ser… o que é o socialismo? É o máximo de igualdade econômica. Por exemplo, sou um professor aposentado da Universidade de São Paulo e ganho muito bem, ganho provavelmente 50, 100 vezes mais que um trabalhador rural. Isso não pode. No dia em que, no Brasil, o trabalhador de enxada ganhar apenas 10 ou 15 vezes menos que o banqueiro, está bom, é o socialismo.
O que o socialismo conseguiu no mundo de avanços?
O socialismo é o cavalo de Troia dentro do capitalismo. Se você tira os rótulos e vê as realidades, vê como o socialismo humanizou o mundo. Em Cuba eu vi o socialismo mais próximo do socialismo. Cuba é uma coisa formidável, o mais próximo da justiça social. Não a Rússia, a China, o Camboja. No comunismo tem muito fanatismo, enquanto o socialismo democrático é moderado, é humano. E não há verdade final fora da moderação, isso Aristóteles já dizia, a verdade está no meio. Quando eu era militante do PT – deixei de ser militante em 2002, quando o Lula foi eleito – era da ala do Lula, da Articulação, mas só votava nos candidatos da extrema esquerda, para cutucar o centro. É preciso ter esquerda e direita para formar a média. Estou convencido disso: o socialismo é a grande visão do homem, que não foi ainda superada, de tratar o homem realmente como ser humano. Podem dizer: a religião faz isso. Mas faz isso para o que são adeptos dela, o socialismo faz isso para todos. O socialismo funciona como esponja: hoje o capitalismo está embebido de socialismo. No tempo que meu irmão Roberto – que era católico de esquerda – começou a trabalhar, eu era moço, ele era tido como comunista, por dizer que no Brasil tinha miséria. Dizer isso era ser comunista, não estou falando em metáforas. Hoje, a Federação das Indústrias, Paulo Maluf, eles dizem que a miséria é intolerável. O socialismo está andando… não com o nome, mas aquilo que o socialismo quer, a igualdade, está andando. Não aquela igualdade que alguns socialistas e os anarquistas pregavam, igualdade absoluta é impossível. Os homens são muito diferentes, há uma certa justiça em remunerar mais aquele que serve mais à comunidade. Mas a desigualdade tem que ser mínima, não máxima. Sou muito otimista. (pausa).
O Brasil é um país pobre, mas há uma certa tendência igualitária no brasileiro – apesar da escravidão – e isso é bom. Tive uma sorte muito grande, fui criado numa cidade pequena, em Minas Gerais, não tinha nem 5 mil habitantes quando eu morava lá. Numa cidade assim, todo mundo é parente. Meu bisavô era proprietário de terras, mas a terra foi sendo dividida entre os filhos… então na minha cidade o barbeiro era meu parente, o chofer de praça era meu parente, até uma prostituta, que foi uma moça deflorada expulsa de casa, era minha prima. Então me acostumei a ser igual a todo mundo. Fui criado com os antigos escravos do meu avô. Quando eu tinha 10 anos de idade, toda pessoa com mais de 40 anos tinha sido escrava. Conheci inclusive uma escrava, tia Vitória, que liderou uma rebelião contra o senhor. Não tenho senso de desigualdade social. Digo sempre, tenho temperamento conservador. Tenho temperamento conservador, atitudes liberais e ideias socialistas. Minha grande sorte foi não ter nascido em família nem importante nem rica, senão ia ser um reacionário. (risos).
A Teresina, que inspirou um livro com seu nome, o senhor conheceu depois?
Conheci em Poços de Caldas… essa era uma mulher extraordinária, uma anarquista, maior amiga da minha mãe. Tenho um livrinho sobre ela. Uma mulher formidável. Mas eu me politizei muito tarde, com 23, 24 anos de idade com o Paulo Emílio. Ele dizia: “é melhor ser fascista do que não ter ideologia”. Ele que me levou para a militância. Ele dizia com razão: cada geração tem o seu dever. O nosso dever era político.
E o dever da atual geração?
Ter saudade. Vocês pegaram um rabo de foguete danado.
No seu livro “Os parceiros do Rio Bonito” o senhor diz que é importante defender a reforma agrária não apenas por motivos econômicos, mas culturalmente. O que o senhor acha disso hoje?
Isso é uma coisa muito bonita do MST. No movimento das Ligas Camponesas não havia essa preocupação cultural, era mais econômica. Acho bonito isso que o MST faz: formar em curso superior quem trabalha na enxada. Essa preocupação cultural do MST já é um avanço extraordinário no caminho do socialismo. É preciso cultura. Não é só o livro, é conhecimento, informação, notícia… Minha tese de doutorado em ciências sociais foi sobre o camponês pobre de São Paulo – aquele que precisa arrendar terra, o parceiro. Em 1948, estava fazendo minha pesquisa num bairro rural de Bofete e tinha um informante muito bom, Nhô Samuel Antônio de Camargos. Ele dizia que tinha mais de 90 anos, mas não sabia quantos. Um dia ele me perguntou: “ô seu Antonio, o imperador vai indo bem? Não é mais aquele de barba branca, né?”. Eu disse pra ele: “não, agora é outro chamado Eurico Gaspar Dutra”. Quer dizer, ele está fora da cultura, para ele o imperador existe. Ele não sabe ler, não sabe escrever, não lê jornal. A humanização moderna depende da comunicação em grande parte. No dia em que o trabalhador tem o rádio em casa ele é outra pessoa. O problema é que os meios modernos de comunicação são muito venenosos. A televisão é uma praga. Eu adoro, hein? Moro sozinho, sozinho, sou viúvo e assisto televisão. Mas é uma praga. A coisa mais pérfida do capitalismo – por causa da necessidade cumulativa irreversível – é a sociedade de consumo. Marx não conheceu, não sei como ele veria. A televisão faz um inculcamento sublimar de dez em dez minutos, na cabeça de todos – na sua, na minha, do Sílvio Santos, do dono do Bradesco, do pobre diabo que não tem o que comer – imagens de whisky, automóvel, casa, roupa, viagem à Europa – cria necessidades. E claro que não dá condições para concretizá-las.
A sociedade de consumo está criando necessidades artificiais e está levando os que não têm ao desespero, à droga, miséria… Esse desejo da coisa nova é uma coisa poderosa. O capitalismo descobriu isso graças ao Henry Ford. O Ford tirou o automóvel da granfinagem e fez carro popular, vendia a 500 dólares. Estados Unidos inteiro começou a comprar automóvel, e o Ford foi ficando milionário. De repente o carro não vendia mais. Ele ficou desesperado, chamou os economistas, que estudaram e disseram: “mas é claro que não vende, o carro não acaba”. O produto industrial não pode ser eterno. O produto artesanal é feito para durar, mas o industrial não, ele tem que ser feito para acabar, essa é coisa mais diabólica do capitalismo. E o Ford entendeu isso, passou a mudar o modelo do carro a cada ano. Em um regime que fosse mais socialista seria preciso encontrar uma maneira de não falir as empresas, mas tornar os produtos duráveis, acabar com essa loucura da renovação. Hoje um automóvel é feito para acabar, a moda é feita para mudar. Essa ideia tem como miragem o lucro infinito. Enquanto a verdadeira miragem não é a do lucro infinito, é do bem-estar infinito.
QUEM É
Antonio Candido de Mello e Souza nasceu no Rio de Janeiro em 24 de julho de 1918, concluiu seus estudos secundários em Poços de Caldas (MG) e ingressou na recém-fundada Universidade de São Paulo em 1937, no curso de Ciências Sociais. Com os amigos Paulo Emílio Salles Gomes, Décio de Almeida Prado e outros fundou a revista Clima. Com Gilda de Mello e Souza, colega de revista e do intenso ambiente de debates sobre a cultura, foi casado por 60 anos. Defendeu sua tese de doutorado, publicada depois como o livro “Os Parceiros do Rio Bonito”, em 1954. De 1958 a 1960 foi professor de literatura na Faculdade de Filosofia de Assis. Em 1961, passou a dar aulas de teoria literária e literatura comparada na USP, onde foi professor e orientou trabalhos até se aposentar, em 1992. Na década de 1940, militou no Partido Socialista Brasileiro, fazendo oposição à ditadura Vargas. Em 1980, foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores. Colaborou nos jornais Folha da Manhã e Diário de São Paulo, resenhando as primeiras obras literárias. É autor de inúmeros livros, atualmente reeditados pela editora Ouro sobre Azul, coordenada por sua filha, Ana Luisa Escorel.
Publicado originalmente na edição 435 do Brasil de Fato.
 

sábado, 3 de setembro de 2011

Festa dos Livros

Começou em 1º de setembro a Bienal do Livro no Rio de Janeiro. Dentre a vasta programação, que inclui, obviamente, os tradicionais bate-papos e sessão de autógrafos com escritores nacionais e internacionais, chamou-me atenção, em particular, a presença de celebridades globais no "Livro em Cena", para a leitura de trecho de grandes obras literárias brasileiras, que inclui a presença de Eriberto Leão, Camila Morgado,Thiago Lacerda e Marcello Anthony. Me parece mais uma estratégia dos livreiros para atrair um público que talvez não se interessaria em frequentar a Bienal e, menos ainda, em comprar livros, tomara que funcione. Todas as iniciativas para fomentar a leitura e movimentar o mercado literário são bem vindas.
Outras informações no site da Bienal.

Um pouco mais próximo dos gaúchos, começa hoje a Feira do Livro de São Leopoldo, RS, que também promete. A programação está bem variada, com a presença de vários escritores de renome. Hoje haverá, inclusive, show com Nei Lisboa na abertura da Feira, às 19h,
Amanhã, minha colega de oficina literária, Eni Algayer, estará lançando seu livro de contos, Ciranda Negra, às 16h.
Confira a programação completa aqui.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Porto Alegre em Cena


Abriu ontem a venda de ingressos para o Porto Alegre em Cena. Fui cedinho na Usina do Gasômetro e já enfrentei uma fila de mais de 3 horas. Interessante ver que a cultura mobiliza as pessoas, e com aquela chuva! Juro, pensei em desistir várias vezes. Pelo menos consegui garantir alguns bons espetáculos. Há várias edições chego tarde para comprar ingresso para o show da Adriana Calacagnotto. Esse ano consegui.
Estão garantidos
KRAPPS LAST TAPE – ITÁLIA, peça baseada na obra de Beckett;
UNE FLÛTE ENCHANTÉE - FRANÇA, musical c/ direção de Peter Brook para a célebere ópera de Mozart;
DENTRO DA NOITE – RJ- peça c/ direção de Ney Matogrosso;
HISTÓRIAS DE AMOR LÍQUIDO – RJ, peça c/ o ator Paulo José;
PTERODÁTILOS – RJ, peça com o ator Marco Nanini;
AN INTIMATE EVENING WITH – show de MARIANNE FAITHFULL – INGLATERRA
O MICRÓBIO DO SAMBA – show de ADRIANA CALCANHOTTO – RJ
Ficou faltando apenas a peça "Bethania e as palavras" que, infelizmente estava esgotado.
Para quem gosta de teatro e música, vale a pena conferir o Poa em Cena que tem preços bem acessíveis e espetáculos ótimos.
Corre lá que ainda dá tempo de conseguir ingressos para ótimos espetáculos. Dá para comprar também pela internet e call center. Tem para todos os gostos!
Adriana Calcagnotto


domingo, 14 de agosto de 2011

Fernanda Montenegro é Simone de Beauvoir

Fiquei impressionada com a interpretação da Fernanda Montenegro na peça Viver Sem Tempos Mortos, em que ela interpreta Simone de Beauvoir.
O cenário compõe-se de uma cadeira e da atriz, que num monólogo, conta a história da vida da escritora e seu envolvimento com Sartre. A atriz fala durante uma hora, mas, desde os primeiros momentos, já não é a Fernanda que enxergamos, mas Simone, tamanha a intensidade da interpretação.
A narrativa segue de forma interessante, com poucas situações que beiram à comédia - o riso da plateia é nervoso - a maioria tende ao drama.
Ao final, após ser contemplada com aquela bela interpretação, fiquei com vontade de saber mais sobre a vida e a obra de Simone De Beauvoir e Sartre. Aceito sugestões de bibliografia.

Foto: Guga Melgar (site clic RBS)

domingo, 7 de agosto de 2011

Quem respeita o consumidor?


(foto: google imagens)
Não há prova maior da hipossuficiência - eufemismo para “coitadice”- do consumidor do que quando precisa fazer valer seus direitos. Feito ioiô, é arremessado de cá para lá, num vai e volta sem fim, e ninguém resolve coisa nenhuma. Para os mais jovens, Houaiss explica que ioiô é um brinquedo de mão, redondo, que vai e volta enrolado em um fio composto de dois discos unidos. Mesmo os que não conhecem o brinquedo, com certeza já fizeram o papel de um na pele do comprador insatisfeito.

Todo o mundo é consumidor em algum momento, não há como fugir, e todos penamos em call centers, em serviço de atendimento ao consumidor - SAC, com vendedores e gerentes de má vontade, tentando acertar a fatura que veio com uma cobrança indevida, um serviço mal prestado, um produto com defeito. Na hora de vender, só faltam nos carregar no colo, aceita um cafezinho? Prometem o que não podem, vendem sonhos não contidos na caixa do produto. E a gente acredita, chega em casa feliz com a nova aquisição. Aí é que a realidade nos confronta, pondo abaixo toda a expectativa com sua clarividência implacável, desvelando o inegável: o produto não era “bem assim” como o vendedor falou. Na hora da reclamação, me desculpe, a senhora entendeu mal, o plano não incluía tal coisa, isso não é comigo, é com fulano, liga no zero oitocentos. E o pobre vai falar com o ciclano que encaminha a outro ou manda entrar em contato com a central de atendimento. Se o purgatório existe, a via crusis do consumidor lesado deve ser o treino da fase preparatória.

Outro dia cedi a apelos consumistas e adquiri, numa promoção, três pares de sapato onde o quarto par ficava de “brinde”. Coloco brinde entre aspas porque é evidente que o valor deste par estava embutido no lucro obtido na venda dos outros três. E não é que apareceu defeito justamente no “brinde”. Estou só no início de minha romaria, mas já incluiu dois contatos com o SAC da empresa via internet, duas idas à loja, uma reclamação no site reclame aqui e um registro no PROCOM, estando a aguardar a resposta desse último órgão. Se não der certo, só me resta a via judicial. Tudo porque a empresa insiste em dizer que não tem responsabilidade em relação ao defeito, já que incidiu sobre o “brinde”, com o que discordo. Pago ou não, ela é responsável pelo produto que põe no mercado. Quantos já teriam desistido na primeira negativa da gerente?

Chego à conclusão de que os comerciantes e prestadores de serviços querem nos vencer pelo cansaço. O sistema todo já é pensado para não solucionar nada, para frustrar o consumidor. Sim, porque não é qualquer criatura de Deus que disponha de tempo, paciência, boa vontade e até conhecimento para seguir essa maçante via sacra. Foi-se o tempo em que o cliente sempre tinha razão. E aí é que as empresas vencem, pois faltando uma dessas virtudes, a pessoa desiste no meio do caminho.

Melhor sorte têm os que tiverem atingido um direito coletivo ou homogêneo, pois têm a chance de recorrer ao Ministério Público e deixar que a Instituição percorra os caminhos pedregosos por si. Mas vai depender de que detenham pelo menos o conhecimento, do contrário sequer vão saber da possibilidade de recorrer a este órgão.

Falta um tanto de empatia nas relações, principalmente nas de consumo. Se as pessoas se colocassem no lugar das outras perceberiam o quanto podem tornar a vida do outro um inferno. A burocracia entornando o caldo contra a satisfação do cliente.

O quadro é possível de reverter, o mérito está na insistência. Há que se incomodar, bater o pé, não se conformar. Assim mudamos as coisas. A cada direito violado revertido, prevenimos outros tantos. Educar nunca foi fácil, e nem por isso desistimos. Dar o exemplo é difícil, mas necessário e didático: até um bebê entende essa linguagem. Se eu conseguir fazer com que troquem meu sapato com defeito, consertem ou devolvam meu dinheiro, outros saberão que vale a pena insistir, e a empresa avaliará melhor se há vantagem em ludibriar o consumidor. Aliás, as redes sociais e a internet têm sido um aliado poderoso das pessoas que querem se fazer ouvir e protestar. O twitter e facebook, por exemplo, têm funcionado como um “boca a boca” interessante: tanto para o bem quanto para o mal, é possível falar de uma marca ou produto. Algumas empresas já se deram conta e estão prestando mais atenção nas redes sociais, buscando moldar condutas e procedimentos.

Quer ser respeitado, consumidor? Repeite a si mesmo e faça por merecer. O caminho é difícil, mecanismos não faltam, porém a insistência é fundamental.
(A propósito, a quem interessar, a empresa em questão é a Arezzo)

sábado, 23 de abril de 2011

U2 em SP





(fotos Gustavo Barreto)
Difícil falar do show de uma banda que se gosta muito, que se esperou muito para assistir. Posso ser suspeita em elogiar a performance do U2 em São Paulo, mas não terei sido a única, o que torna meu depoimento mais confiável.
Já contei por aqui os vários shows internacionais que assisti, então ninguém pode me acusar de deslumbrada. É que este show do U2 foi muito maior e cheio de efeitos que qualquer outro que já assisti. Foi megalômano! O palco era gigantesco, cheio de luzes, lembrava um disco voador. Redondo e todo vasado, permitia que os músicos ciruculassem por todos os lados. O som estava impecável e Bono inspiradíssimo. Teve um momento muito emocionante quando eles homenagearam as vítimas da chacina de Realengo. Sei que é piegas, mas foi impossível segurar as lágrimas.
A gente estava na pista, achei que assistiríamos o show pelo telão, mas, para minha surpresa, conseguimos um lugar mais ou menos perto (chegamos cedo) e vimos o Show direto do palco mesmo. As fotos dão uma pequena ideia de tudo.(Quem tiver facebook, passa lá no perfil do Gustavo Barreto que tem mais fotos)
Quando o show acabou, ficou uma enorme vontade de ir de novo. Volta logo U2!

Resultado do Prêmio Sofia

Eis os vencedores do Prêmio Sofia 2011 das Oficinas Charles Kiefer:

Primeiro Lugar: Entre Sombras, de Saul Melo (Prêmio de 3 mil reais)

Segundo Lugar: Moinhos de sangue, de Ana Klein (Prêmio de 1,5 mil reais)

Terceiro Lugar: O quase-nada, de Valmor Bordin (Prêmio de 1 mil reais)

Prêmio Especial (Vencedor da disputa interna): Quero ser Reginaldo Pujol, de Reginaldo Pujol Filho (Prêmio de 500 reais).

Em breve, colocarei as resenhas conforme prometido, não só dos vencedores, mas dos 8 participarentes.

sábado, 16 de abril de 2011

Gaiola das Loucas


Assisti à Comédia Gaiola das Loucas, com Miguel Falabela e elenco, aqui em Porto Alegre. Gente é muito engraçada!
Vocês gostavam de Sai de Baixo? É mais ou menos assim a peça, com outro enredo, claro, mas recheada de piadas inteligentes.
George (Miguel Falabela) é o proprietário da Gaiola das Loucas, espetáculo de travestis e transformistas. Ele vive um gay que tem um companheiro transformista. O problema é que seu filho resolveu noivar com a filha de um deputado homofóbico e está trazendo os pais da moça para conhecer os pais do rapaz. Daí já dá para imaginar a confusão. É diversão garantida! Ah e tem sessão extra hoje e amanhã. Talvez ainda tenha ingresso. Corre!

Jantar de entrega do Prêmio Sofia

Charles Kiefer fez um concurso literários dos livros de seus alunos que foram publicados em 2010 e neste domingo será a entrega do prêmio aos vencedores. Já cometei que participei do corpo de jurados de parte dos alunos - havendo um grupo de jurados técnicos também. Bom, o post é para convidar todos que quiserem comparecer ao jantar, será no Restaurante Copacabana, a partir das 20h. É uma excelente oportunidade para encontrar escritores, editores e amantes da literatura, além de pessoas normais é claro (risos). Te vejo lá.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Quem dera!

Li no Caderno Viagem da Zero hora de terça-feira, 05/04/11, que a Livraria Vila de São Paulo criou um roteiro para um cruzeiro de quatro noites pelo Rio Negro, no Amazonas, contando com escritores como Laurentino Gomes e Cristovão Tezza, dentre outros, para debaterem e conversarem com o público, durante os quatro dias a bordo. Ocorre entre 8 e 13 de maio. Mais informações no site da Livraria da Vila.
Ah se eu pudesse! Mas vou ficar antenada, quem sabe na próxima. Aliás, percebi que está virando tendência essas viagens temáticas, voltadas para discutir literatura e história.

Por ora, em contagem regressiva para o Show do U2 em São Paulo sábado. Em breve, post com os detalhes.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Ozzy gremista

(foto Ricardo Duarte)
Foi incrível o show do Ozzy no Gigantinho dia 31/03/2011. O pai do Heavy Metal esbanjou energia, cantando e pulando muito durante todo o show. Manteve o público animado do início ao fim. Sua idade passaria despercebida, não fosse o jeito que ele caminhava, com passos miúdos, rapidinhos e meio curvado quando saia do palco. O estranho é que durante as músicas Ozzy era altivo, corria de lá para cá, pulava sem parar, jogava água e espuma na platéia. Mas nos poucos intervalos em que ele se retirava do palco, dava para ver que ele se arrastava naqueles passinhos da melhor idade em direção aos bastidores. Uma verdadeira transformação de performance da mesma pessoa. Inacreditável!
Outra coisa insólita do show, era quando o guitarrista, com um cabelão até a cintura, ficava tocando na frente de um ventilador para fazer os cabelos voarem. Impagável a cena!

No mais, o show foi impecável, de uma qualidade musical de deixar empolgado até quem não é fã do som pesado.
E por incrível que pareça, apesar de toda essa high performance da banda, o assunto mais comentado após o show foi que "na casa do Inter, o Ozzi se abraçou na bandeira do grêmio". Enquanto isso, os colorados diziam que o Ozzy continuava na "droga".
A velha rivalidade continua...

quinta-feira, 31 de março de 2011

Novas Leituras

Apesar de não passar mais tanto por aqui, estou lendo muita coisa e em breve terei muitas resenhas a publicar. Preciso de um tempo ainda, pois, oito dos livros que li ultimamente, foi por ter sido convidada pelo Charles Kiefer a compor o Juri do Prêmio Sofia destinado a premiar os alunos das oficinas dele que publicaram livros em 2010. Não quero postar as resenhas antes do resultado do Concurso para não acontecer de revelar meu voto, ainda que indiretamente, falando da minha impressão dos livros. O Juri é composto de uma banca técnica de literatura com peso maior na avaliação e outra banca formada por três alunos de cada turma de oficina. Os concorrentes são:
1. Ana Cristina Klein (Moinhos de Sangue)
2. Carina Luft (Fetiche)
3. Guido Kopittke (Enchentes)
4. Maria da Graça Rodrigues (Helena de Uruguaiana)
5. Paulo Tedesco (Contos da mais valia e outras taxas)
6. Reginaldo Pujol Filho (Quero ser Reginaldo Pujol Filho)
7. Saul Melo (Entre sombras)
8. Valmor Bordin (O quase-nada)

Além destes, com meu novo "método de leitura", ouvindo audio-livros no carro, também terminei recentemente:
1808 do Laurentino Gomes;
Memórias Póstumas de Brás Cubas do Machado de Assis
E estou quase no fim de:
Vale Tudo - O Som e a Furia de Tim Maia, escrita por Nelson Motta

Aguardem que logo haverá muita coisa boa por aqui.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

7 kg OFF

Para quem pergunta o segredo dos meus 7 kg a menos, aí vai: medicina ortomolecular+dieta ortomolecular. É caro, mas funciona. Mas tem que fazer as duas coisas juntas e a sério. Já tentei uma sem a outra e não deu certo. E sim, eu tinha onde perder 7Kg (a gente sempre tem, ainda mais no primeiro ano pós-parto).

Ah a massagem estética (aquela beeeem dolorida, que a gente fica até com hematomas) está ajudando muito na modelagem do abdomen e combate a celulite. Só queria ter mais tempo para fazer musculação para ajudar na definição do restante do corpo, mas está difícil. Estou trabalhando como louca cobrindo os colegas de férias em janeiro e fevereiro.

Eu sei que esse era para ser um blog cabeça, mas não pude resistir, pois sei que nós mulheres adoramos dicas de dieta e saúde.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Viagem ao Mundo em 80 dias de Julio Verne

Acabei de ouvir o audiobook do "Viagem ao Mundo em 80 Dias do Julio Verne. Narra a incrível aventura de um inglês que aposta metade de sua fortuna com os colegas de que consegue dar a volta ao mundo em 80 dias. A outra metade ele despende com a viagem, o que significa que, se perder a aposta, estará arruinado. Durante o percurso, muitos contratempos ocorrem e no final ... ah, isso eu não posso contar, se não estrago a surpresa. Apenas digo que o final é muito surpreendente. Vocês ficarão muito envolvidos com Mister Fog, o personagem principal e seu fiel criado Paspatu, (não sei se a grafia dos nomes está correta, porque, como eu disse, é um audiolivro), além de sofrerem com eles as agruras da viagem. Recomendo! O livro é leve, uma delícia!
Ah, e o audiolivro está superaprovado para quem passa muito tempo no trânsito como eu.