sexta-feira, 29 de junho de 2018

Notas de um Coração Partido

Esse texto eu escrevi há algum tempo, num momento de rompimento. Mas é incrível como ele serve para todas as situações de rompimentos amorosos da vida. Antigos, atuais, futuros. Parece que não tem saída quando a saída é apenas um dia depois do outro. 

Notas sobre um coração partido

Você já teve um coração partido. A dor é física. Falta o ar. As borboletas que vc sentia no estômago viraram morcegos de desconforto. Lágrimas brotam do nada junto com uma lembrança inchando seus olhos e fazendo aquele choro inocente virar desespero.

Você já teve um coração partido. Bate um medo... não, na verdade é um terror de que vc NUNCA mais vai ser feliz de novo. Ninguém vai ser tão perfeito, dizer aquilo que vc gostava de ouvir, tocar do jeito que ele te tocava, ter a textura da pele dele, a boca, as mãos, o cheiro, o carinho, a pegada, todas as descobertas que fizeram no corpo um do outro, as sensações que provocaram, os sabores que provaram. As conversas, as risadas, os planos, as viagens, os jantares, os passeios...

Você já teve um coração partido. A pessoa mais incrível do mundo chega de uma hora para outra e te diz que acabou. Sem conversa, sem muita explicação, sem anestesia. Você quer entender por que ontem os planos era de ficarem juntos pra sempre, curtir a vida a dois, manter no outro o brilho no olho, mas as explicações não vem, ou não tem lógica, são palavras soltas sem sentido, e o sentido por você é que tudo começa a desmoronar dentro de si... planos, sentimentos, você inteira. Vc quer se agarrar na pessoa, mas só tem a si mesma. E nessas horas o choro, as lamentações só fazem o outro sentir pena de você e não adianta nada no resultado final pra alguém que já se decidiu. A pessoa fez uma escolha. Não quer mais ficar com você. Ponto. Os motivos serão apenas tentativas de explicação para algo que não faz sentido, e que você precisaria ouvir para tentar se conformar. Mas a explicação não vem. A pior coisa do mundo é ter uma ruptura na fase da demência da paixão.

Você já teve um coração partido. Você até enxerga que aquela decisão é melhor para vocês dois, pois são muito diferentes, funcionam e reagem muito diferente, blá, blá...tudo bobagem. O que conta mesmo para você é toda a sintonia corporal e de alma que vc sente quando estão juntos. O restante se ajeita, se conversa, se negocia. Adultos fazem isso. Resolvem os problemas. Só que se o outro não está disposto, não quer pagar o preço, fez sua escolha, só lhe resta virar a página.  

Você já teve um coração partido. A vontade é de chamar de cafajeste, desgraçado, mentiroso pular no pescoço dele e fazer amor no tapete da sala, resolvendo tudo. Não, você aguenta, engole o choro, se faz de durona, não é fácil ser jogada fora... Depois vai se acabar chorando...Não importa. Odeia que sintam pena de você.

Você já teve o coração partido. A sensação é de abstinência, como se tivessem tirado uma droga de você. É sofrimento físico mesmo. E estudos dizem que o efeito é mesmo como da falta de drogas por um viciado. A paixão faz a gente ficar viciada no outro. E sente que vai morrer se ficar sem. E você se sente morta mesmo por dentro. Os morcegos vão lhe consumindo.
O remédio, segundo os estudos, seria lembrar dos defeitos da pessoa e da relação, do que não funcionava. Tem defeitos sim, pense bem. Lembre de quão miserável ele fez você se sentir. Além disso, se agarre à meditação. Você perceber que não é os próprios pensamentos, que os pensamentos na pessoa virão e que temos que deixar que venham e vão. Apenas o exercício de identificar esses pensamentos e as reações que eles provocam ajudam você a se conhecer melhor, se observar, e respirar e controlar as emoções. Você é a sua melhor amiga, seu melhor conforto.

Você já teve um coração partido. Então você sabe que tudo que fizer pra esquecer é palitivo. Só o tempo cura. Dê um jeito de (sobre)viver até esse momento. Até o momento que aquele brilho que você tinha ressurja, pela vida, por você mesma, por outra pessoa. E isso vai ocorrer um dia. Essa é a única certeza. Até lá, pode acreditar, vai ser fogo.


Picolé Lelé quer sair do freezer

Quem vai ajudar o Picolé Lelé sair do Freezer e conhecer o mundo? Ele quer conhecer a sua casa e as crianças desse país. Adorei a foto que a @pergamus fez.
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Quem quiser adquirir o Picolé Lelé, meu livro infantil, está à venda nas Livrarias Taverna, Bouquiniste e Baleia em Porto Alegre, pelo site da @pergamus ou diretamente comigo, chamar inbox. Enviamos para todo o Brasil. #literaturainfantil #livroinfantil #lançamentodelivro #meusleitores #booklovers #instabooks #picolélelé #morenadepintas #blogmorenadepintas.


Meus leitores - Davi

Esse é o Davi, entretido com o Picolé Lelé. A foto foi enviada pela mamys @booedavi. Coisa mais fofa do mundo. 
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domingo, 24 de junho de 2018

Pequeno Passo e Why

Domingo é dia de vídeo novo no canal Morena de Pintas no You Tube. Hoje falamos de duas dicas para ajudar a realizar as tarefas: pequeno passo e why. Assiste lá e deixe a sua curtida. Valeu!
https://youtu.be/iaB8pq7TbCY

Filhos-Pássaro Voam Velozes no Tempo de suas Mães

Você também acha que os filhos crescem rápido demais? Nesse texto eu compartilho as minhas apreensões de mãe.
Filhos-pássaro Voam Velozes pelo Tempo de Suas Mães
Meu filho está crescendo rápido demais. Tem oito anos e já age como pré-adolescente. Não consigo mais abraçá-lo e afofá-lo a hora que eu quero. Tenho meio que agarrá-lo sem avisar, com ele se esquivando, para depois ele limpar meus beijos discretamente com o dorso da mão, e responder um "tá", meio sem graça, aos meus "eu te amo" efusivos. Ganho o dia quando recebo do nada um "eu também". Ele não quer ser mais o bebê da mamãe, quer se afirmar como ser independente com vontades e ideias próprias. Eu acho lindo e, ao mesmo tempo, desesperador, ver que meu bebê está se transformando tão rápido. Ele ainda recorre à mamãe quando está doente, sentindo algum mal-estar, ou na hora de dormir, quando quer ficar na minha cama e dormir agarrado à minha mão. Ali vejo que continua meu bebê e sempre vai ser, mesmo crescendo rápido demais.
Dá saudade dos abraços e beijos espontâneos, dos pedidos de colo, das palavras pronunciadas erradas, das canções inventadas, de assistir o filme Carros 559 vezes, até saber de cor os diálogos, das brincadeiras infantis que o fazia rir das coisas mais sem graça. Porque ser criança é isso, é achar legal o simples, o que para um adulto pareceria bobo, quando na verdade bobos somos nós, por nos tornarmos sérios demais, por preferirmos a amizade virtual e a colecionar likes nas redes sociais, ao invés de brincar com aquele que está querendo atenção na nossa frente. E depois a gente reclama que o filho só quer saber de celular e videogame, quando apenas é o reflexo de nós mesmos.
Confesso que tenho dificuldade de largar o celular e tenho me policiado por mais qualidade de tempo com meu filho. E não tem sido fácil entrar nesse universo dos meninos de hoje de Youtubers, games, Fifa, Pokémons, Dragon Ball, etc, mas estou me esforçando e tento trazê-lo para o meu mundo analógico de leitura de livros infantis, jogos de cartas e tabuleiros, de fazer paródias trocando a letra das músicas, substituindo-a por trechos sem nexo ou engraçados, só para vê-lo rir com aquela risada gostosa e solta de criança, como quando ele era apenas um bebê e gargalhava quando a gente sumia e reaparecia atrás de um pedaço de pano.
E cada vez mais preciso da qualidade desse tempo com ele, pois agora tive que aprender a dividi-lo com o pai, desde que nos separamos ano passado. E vejo meu filho tentando ser maduro, e a fingir que está tudo bem, ao ficar perto de mim na apresentação da escola de música, quando o pai foi assisti-lo levando uma amiga, como se pensasse "preciso apoiar a minha mãe", mesmo eu dizendo que ele podia ir sentar lá com o papai se quisesse. Esse mesmo menino que quer se fazer de forte, às vezes chora sem motivo e não quer contar por quê. Tampouco admite que esteja chorando, já tão pequeno não quer demonstrar sua fraqueza, como os adultos. E quando não consegue esconder, inventa algum outro motivo qualquer, que na visão dele possa justificar o choro, e que eu, que o conheço profundamente, sei que não faz o mínimo sentido, é apenas uma desculpa pra esconder sua tristeza ou insegurança com algo que talvez ele quisesse que fosse diferente. Então eu apenas o abraço e digo que o amo independente de qualquer coisa e sempre estarei ali para o apoiar. Que não é feio se sentir triste de vez enquando, é normal chorar, mesmo ele não querendo admitir a fraqueza. E que está tudo bem. No fundo, meu coração fica apertado e tenho vontade de sentir aquela dor no lugar dele, mas eu sei que tudo isso faz parte do amadurecimento, e, por mais que me doa, preciso deixá-lo crescer. Criamos os filhos para o mundo, dizem que assim deve ser, mas é o amor e apoio que uma mãe e um pai dão, que os faz retornar sempre ao ninho quando adultos, mesmo podendo caminhar por si. Essa reflexão fez-me lembrar de que preciso escrever logo aquela história infantil que ele pediu, tendo um Gabriel participando do enredo, porque o tempo está voando, daqui a pouco ele será adolescente e não vai querer passar esse "mico" de virar um personagem de livro infantil. E eu pareço a louca do avião, chorando enquanto escrevo durante o vôo São Paulo-Porto Alegre, após participar de um evento que me fez ver que meu DNA é composto do que vem da alma, minha sensibilidade é o meu diferencial, e não tenho que me envergonhar disso. Pelo contrário, expor nossa humanidade nos permite conectar com as pessoas, e é sobre isso que daqui para frente vou escrever. Mas só se sobrar tempo depois de aproveitar o restinho de infância do Gabriel.


sexta-feira, 15 de junho de 2018

Sobre as coisas que fazem bem à alma

Eu ando lendo, pensando, escrevendo e falando sobre metas, produtividade, empreendedorismo, marketing digital. Espera um pouco, cadê a minha poesia? Eu sou escritora e tenho que escrever sobre aquilo que toca a alma, que é o que tem graça de escrever, o que eu gosto de ler, o que emociona. Onde foi, então, que me perdi?
Certo, eu sei que, na era da informação, para alguém querer ler o que eu escrevo, é preciso se promover, ser conhecida, e, desde que reativei o blog e meus canais de publicação, facebook, instagram, you tube, tenho deixado o olhar poético em segundo plano e me dedicado a aprender como chegar no meu público, divulgar conteúdo, meu livro infantil, Picolé Lelé, etc, dentre outras questões que não tem a ver com o conteúdo.
Aí eu fui num evento que tinha como tema o enfrentamento do medo, e como ter coragem de ser você mesmo. E eu chorei em vários momentos, quando encontrei poesia na fala, quando encontrei sentimento exposto, quando encontrei humanidades, fraquezas e superações. Eu chorei ouvindo a filha do Rubem Alves falar do pai, falar de coisas da alma, do coração. E chorei ouvindo a moça da plateia contar que o Rubem Alves ia à sua escola, quando ela era criança, e pedia pela menina que dançava, e pedia um abraço, entregava-lhe um livro com dedicatória à menina dos olhos que dançavam, e o resto eu não sei, porque já não conseguia ouvir e entender o final, pois a emoção já tomava conta de todos, e também daquela que narrava o episódio, com voz sumida, pois igualmente engasgada. E eu chorei, do nada, no restaurante, diante da companhia de uma pessoa incrível, de um prato impecável, de um clericot delicioso, e da meia-luz que enfeitava o ambiente de sombras dançantes, como a menina do Rubem Alves, e porque eu me dei conta que era feliz, a felicidade vinha de coisas simples, e não podia contê-la em mim. Ela transbordou dos meus olhos.
Então eu percebi que preciso voltar à minha essência, dar atenção à minha emoção, à minha intensidade, que é o que me move e me faz sorrir. Minha alma não está na planilha de metas e produtividade. Está no sentir o calor do sol na minha pele, no abraço do meu filho, no pulsar do meu coração perto de quem eu amo, no que faz o meu olho brilhar. E é sobre isso que volto a escrever a partir de agora. Porque não sou matéria, sou emoção. 

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Insights no Campus da Tor Vergata

Compartilho texto de uma reflexão que tive durante o curso em Roma e que foi reforçada com o evento do Murilo Gun em São Paulo: a importância das conexões.

Insights no Campus da Tor Vergata

Eu estava em Roma fazendo um curso sobre máfia e crime organizado com membros do Ministério Público estadual e federal, magistrados, e outros integrantes de carreiras jurídicas.
Numa manhã dessas, acordei e fui correr antes da aula. Dica pra conseguir acordar cedo, deixar a persiana levemente aberta porque a luz da manhã ajuda seu cérebro a entender que ele precisa acordar. 
Tive dois insights durante a corrida. Aliás, fazer exercícios é uma forma de oxigenar o cérebro e permitir que ideias surjam. Pois bem. Lembrei da aula que tratou sobre as características das organizações mafiosas, dentre elas o capital social, isto é, a capacidade que seus membros têm de fazer relações e contatos com pessoas da sociedade para viabilizar suas operações. E me ocorreu que é essa característica que nos dará a possibilidade de vencer a criminalidade, ou pelo menos lutar de forma mais igual, precisamos aumentar nossas relações e trocas de experiências, pois serão os nossos contatos e colaborações que nos permitirão fazer conexões e nos antecipar às ações das organizações criminosas, seja na prevenção ou na repressão. E então, olhando para mim e os demais, no curso em Roma, dei-me conta de que nesses eventos (aulas, simpósios, congressos), temos a oportunidade ímpar de fazer essas conexões, conversando e conhecendo colegas do Brasil todo, no entanto, muitos de nós preferem ficar na sua zona de conforto e conversar com os colegas que já conhece, do seu próprio estado. Fica aqui o desafio, que lancei na oportunidade, para que tentássemos conversar com um colega novo por dia. Percebam que essa é a graça de fazer um curso presencial, pois do contrário, melhor assistir a uma vídeo-aula no conforto da sua casa, concordam? Isso vale também para as relações em geral, de trabalho ou pessoais: conversar com uma pessoa diferente por dia aumenta o networking e nos dá, no mínimo, chances de aprendizado, pois todo mundo tem algo a ensinar. 
O outro insight tem a ver com um assunto que tenho estudado muito em razão de eu gostar de escrever, que é a criatividade. Há algum tempo tenho percebido que desenvolver o olhar criativo é algo que vai nos ajudar a resolver problemas em todas as áreas, pois nos permite estarmos abertos ao novo, olhar o mundo sem preconceito, e, principalmente, fazer conexões de ideias já existentes, criando uma resposta nova que vai resolver um problema nosso. Sobre esse assunto, dei uma aula no CEAF/RS, sobre Criatividade para a solução de problemas num mundo em constante mudança. Coloco o link ao final para quem tiver interesse. 
Se pararmos para pensar, os criminosos são cada vez mais criativos. E nós operadores do direito estamos querendo dar as mesmas respostas antigas para problemas novos. A tecnologia acelerou tudo e se quisermos ter um resultado efetivo no nosso trabalho, temos que antecipar tendências, desenvolver um olhar inovador, adotar práticas novas, para encontrarmos soluções e respostas diferentes. E estas virão da combinação das ideias e práticas que alguns já fazem com as ideias e práticas de outros. Com isso em mente, lancei um desafio número 2, da elaboração de um banco nacional de boas práticas para a troca de experiências e criação de novas soluções no âmbito das carreiras jurídicas (se já existe, me.avisem que gostaria de participar). Falo em carreiras jurídicas por ser a área dos participantes do curso, mas vale para outras atividades. Tudo é repertório que pode inspirar modelos inéditos de procedimentos. 
Enfim, alguns pensamentos que me ocorreram e que achei útil compartilhar para gerar valor e inspirar 
Dica final: para quem é tímido como eu e não sabe como se abrir para conhecer alguém, um sorriso abre portas, assim como o interesse genuíno pela pessoa e pelo que ela faz. Já diria Carnegie, "as pessoas gostam de falar de si", permita que isso aconteça e já terá um grande avanço no caminho das relações pessoais.

Link da aula sobre criatividade
https://youtu.be/gykm9tBGPb8