domingo, 2 de março de 2008

Escrever? Como Assim?

Estava pensando de onde surgiu essa minha vontade de ser escritora, de onde vem essa facilidade de escrever.
Quando criança, liam-me histórias. Na adolescência, eu escrevia um diário. Pode ser daí minha tendência a narrar as coisas que acontecem comigo ou adaptá-las aos meus textos.
Lembro que gostava de ler os best-sellers que meu pai comprava. Por minhas mãos passaram Sidney Sheldon, Stephen King e outros. Também fui rata de biblioteca durante uma época do colégio. Mas antes disso, tudo que tinha na minha casa. Naquele período, não tinha condições de avaliar a qualidade literária do que estava lendo, mas continuei devorando tudo o que caia na minha mão, inclusive os livros indicados no colégio, que lia com prazer, enquanto outros odiavam.
Tive uma professora na 4ª série, da qual eu gostava muito, que dizia da importância de ler, que devíamos ler tudo que aparecesse, desde rótulos, placas, outdoors, a revistas, jornais e livros. Eu não sabia bem o porquê daquilo, mas confiei que poderia me ser de alguma utilidade no futuro. O hábito da leitura foi uma constante em minha vida desde então.
Depois que entrei para a faculdade de Direito e iniciei a dura vida de estudar para concursos a literatura ficou meio abandonada. Os livros jurídicos tomavam todo o meu tempo. E então, já Promotora de Justiça, retomei parcamente outras leituras "entretenimento", porque o excesso de trabalho não permitia que me dedicasse a este prazer.
Foi depois de terminar um mestrado que tudo mudou. Já não agüentava mais leituras jurídicas, eu queria algo mais interessante. Eu tinha sede de arte e pensei: a essa altura do campeonato, fica difícil começar a tocar um instrumento, fazer teatro, dança essas coisas. O que melhor sei fazer é escrever. Tinha feira do livro e timidamente me inscrevi para algumas oficinas literárias. Fiz uma de crônica com o Carpinejar com a qual me identifiquei muito. Daí já surgiu o convite para o curso de Formação de Escritores da Unisinos, o qual curso atualmente.
O mais legal de tudo isso é sentir que estou aprendendo técnicas, cada vez me expressando melhor, e pessoas elogiando o meu trabalho. O contato com professores e escritores renomados e a troca de experiências fazem com que eu acredite que é possível escrever bem, basta ler bons livros, ter muita vontade, dedicação e disciplina. Esse negócio de inspiração, segundo eles, é bobagem. Bom, vontade é o que não me falta, estou tentando adquirir os demais. Vejamos que tipo de escritora sairá daqui!

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