sábado, 30 de janeiro de 2010

Show do Metalica

O show do Metalica em Porto Alegre foi fantástico. Mesmo eu que não sou fanática pela banda adorei. A batida forte combinada com os solos de guitarra estavam em perfeita sintonia. Cada clássico fazia vibrar por dentro. O vocalista, super carismático, conversou com a plateia e levou o público ao delírio.
Pena que o show perfeito no palco não foi acompanhado da estrutura e organização perfeitas. O Parque Condor, onde foi o show era pura lama, resultado da chuvinha da tarde daquele dia, somado aos milhões de pés de fãs pisoteando. Se deu bem quem foi de cuturno. A amadora aqui foi de sandalinha, achando que a área vip fosse local privilegiado. Nada disso! O lamaçal foi uma constante. Desde o estacionamento, já se tinha uma idéia do que nos esperava. Era num local parecido com um lixão, devem ter passado uma patrola para assentar o barro. Mas com os carros passando e passando, virou um sabão, um lamaçal geral, pegando de surpresa os motoristas imperitos. Vários carros atolaram e, pasmem, tinha até um trator para puxá-los. No final do show, o caos completo pelo estreito acesso para milhões de pessoas numa única saída. Me senti como gado sendo levado em meio a multidão de metaleiros, sem saber direito para onde ia. Fiquei com medo de dar algum tumulto e sair esmagada.
Na avenida, o trânsito completamente parado, sem organização. Levamos mais de uma hora para conseguir sair do lixão do estacionamento. Teve até um carro que incendiou. Parecia filme. Cheguei em casa por volta das 3 e meia da manhã exausta, mas satisfeita. o show compensou todo o resto.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Dicas para escritor

Esse texto estava no blog da Livraria Cultura e resolvi compartilhar com vocês, pois achei as dicas de organização para escrever um livro super úteis. Quem quiser ler no original, clique aqui.
Como Planejar para escrever seu livro? Parte 1.
(por Christian Barbosa)
Recebi um monte de mensagens perguntando sobre como eu faço para escrever um livro, como me planejo e perguntas relacionadas. Esse post é um resumo da minha forma de me planejar, gerenciar meu tempo e escrever, o que não significa que é uma “best practice”, é apenas o jeito que encontrei e que talvez possa te ajudar.
Como foram dúvidas muito diferentes, vou dividir o post em 3 partes. A primeira é essa sobre planejamento. A segunda sobre o relacionamento com as Editoras e a parte final da escolha do tema, pesquisa e desdobramentos.
Passo 1 – Mapa Mental
A primeira coisa que faço quando recebo a encomenda de um livro ou quando estou pensando em escrever sobre um livro é o desdobramento do livro em um mapa mental. Antes do livro começar eu já sei o começo, meio e o fim. Isso guia meu raciocínio lógico.
Eu já comentei sobre mapas mentais aqui no blog, essa técnica é muito legal para ter as macro idéias.
O que não significa que não possam haver alterações! Claro que elas acontecem, mas nunca fugi muito do plano inicial.
No meu último livro – Mais Tempo Mais Dinheiro o processo foi exatamente esse. Em um sábado, em Santos, agendei a reunião de planejamento com o Cerbasi e fiz o mapa mental que vocês podem conferir. Essa é a versão ORIGINAL, durante o nosso brainstorm (desconsiderem eventuais erros de ortografia). Quem leu o livro e comparar vai ver que seguimos 85% desse roteiro. No começo o nome dos ciclos eram outros, quando começamos a escrever isso mudou e acrescentamos o ciclo da Frustração. Essa reunião demorou exatamente 4 horas, pois nas palestras que fazíamos em conjunto há mais de 5 anos, nas salas de aeroporto, nos almoços, já fazíamos um “brainstorm não estruturado” juntando as pecinhas de tempo e dinheiro, então facilitou o trabalho.
Se um capítulo encrespar de dificuldade, eu volto no mapa e faço mais detalhes macro do capítulo, o que ajuda o texto a fluir.

Passo 2 – Planejamento de Execução
Com o mapa mental na mão é o momento de começar a colocar o brainstorm de uma forma que eu execute ao longo do meu dia-a-dia. O que eu faço é ir no Neotriad, crio um Projeto ou uma Meta (depende do nível de desafio do livro) e defino as atividades (tarefas) da seguinte forma:
1 – Cada capítulo vira uma tarefa com duração de 30 minutos, mas com data de início na segunda e data de término no domingo de uma semana específica. Por que isso:
- Eu não sou aqueles caras que sentam e escrevem com facilidade, eu preciso estar disposto, com saco e motivado a escrever.
- Cada capítulo, em média eu gasto uma média de 4 horas para escrever (depois de pesquisa, brainstorm, etc). Mas EU não agüento escrever horas seguidas e também eu não uso meu horário comercial para escrever (escrevo a noite), por isso eu deixo essa tarefa no meu Neotriad que vai aparecer a semana toda sem atrasar. O dia que eu estiver com saco, eu sento e escrevo, o que em geral dá uns 30 minutos. Tem semana que todo dia eu escrevo 30 minutos, em outras, eu escrevo 1 hora na sexta, 1 hora no sábado e fecho no domingo. Isso me dá flexibilidade, não prejudica meu planejamento de horas e faz com que eu não atrase o capítulo.
Abaixo segue o planejamento do livro Estou em Reunião direto do Neotriad. Eu tenho um meta de livros para 2010, então eu faço o planejamento todo ali. Reparem que eu coloco a data que vou fazer a entrega final do texto para editora (em geral 1 mês de antecedência do prazo deles), crio também tarefas de revisão e pesquisa, que não fazem parte da tarefa de escrita.


Como eu escrevo?
Como já afirmei eu não sou um escritor de profissão, tenho de ser persistente para escrever, preciso estar realmente a fim de fazer. Eu não faço retiro espiritual, período sabático, etc. Eu escrevo em CASA, na minha sala de TV, após meu horário de trabalho, após as crianças irem para a cama.
Eu preciso de som/tv para escrever, logo sempre escrevo ouvindo música, DVD ou principalmente vendo NOVELA ou SÉRIE (sim eu vejo novela)! Quando estava a novela Caminho da Índias (que era muito legal) o livro Mais Tempo Mais DInheiro, fluiu que foi uma beleza.
Agora a novela Viver a Vida tá mais chata que jogo de futebol, então o livro também tá difícil de sair. Espero que a novela melhore ou vou atrasar o livro! ahahahah
Eu uso o Microsoft Word, com zoom de 120% em um template que já tem formatado os estilos de Texto, Título, Sub-título, Capítulo que me fazem ganhar tempo na diagramação. Uso fonte arial 11, com espaçamento de 1,5.
Passo 3 – Revisão / Releitura
Ai está o maior problema das pessoas que querem escrever seus livros: eles voltam demais no texto escrito. Mexem tanto na busca da perfeição que não conseguem evoluir. Eu odeio reler algo que escrevi, eu penso muito mais rápido do que escrevo e isso as vezes come umas palavras e o sentido não fica tão bom. Mas se eu ficar parando para revisar quebra meu ritmo.
O que faço é escrever tudo sequencialmente. Quando acabo o capítulo passo par alguém revisar. Quem faz esse papel é o Eric, revisor e pesquisador da Triad e principalmente (já fazendo uma linda homenagem) a minha esposa! Que pacientemente lê, crítica, muda e opina em todos os capítulos que escrevo. Eu mando o Word para ela que me devolve revisado e pronto. Nem vejo nada, a não ser quando tem alguma observação dela que preciso mudar alguma coisa.
Quando tem dado de pesquisa ou estatística, passa pelo Eric para revisar os números também.
Eu só vou reler o livro, depois que envio o texto original para a editora, eles fazem a revisão deles e me enviam para aprovação final.
Passo 4 – Estratégia de Lançamento / Marketing
Enquanto estou no processo de revisão eu também crio as atividades de marketing do livro, como site, vídeos, testes, parceria com imprensa, distribuição a clientes ou parceiros, seleção de blogs para envio de resenhas, etc. Tudo se transforma em um projeto de marketing que é compartilhado coma minha agência.
Independente do marketing da editora, a minha equipe faz todo o planejamento, revisão e sugerem algumas peças também.
Parcerias com livrarias, palestras e eventos em geral também são acordados nessa fase com a editora. O que eu faço é transformar tudo em tarefas de quando será feito e crio uma tarefa de follow-up para saber se foi realmente executado.
As imagens mostram o anúncio do livro em algumas revistas e a parceria com o Submarino, que saiu em um anúncio no Estado de São Paulo.
Nesse momento também já começamos a preparar uns 3-4 releases sobe o livro que a equipe da minha assessoria de imprensa começa a disparar.
No começo essa parte de imprensa era muito complicada, ninguém sabia quem eu era e ninguém me dava espaço. Mas sou extremamente persistente e hoje conseguimos emplacar sempre em cada lançamento umas 80-120 matérias sobre o livro na imprensa geral. Também seleciono alguns veículos para dar entrevistas ou conteúdo exclusivos. Sem esses parceiros não tem livro! Por melhor que seja. É importante respeitar a mídia, ser parceiro e ajudar. Nada de frescuras ou não me toques. Eu atendo todo mundo e trato igual, seja a Revista Veja ou a Zé da Esquina.
(veja nossas publicações na imprensa: www.triadps.com/imprensa)
É isso! Simples assim! Não tem mágica, simpatia ou ghost writer. Eu demorei 30 minutos pra escrever esse post, fiz porque estava afim e porque gostei da sugestão dos leitores. Eu só escrevo coisas que acredito, que pratico e que acho que podem ajudar alguém. Ache um propósito, descubra um por que e você vai ver seu livro sair!

Dica de blog

Tenho uma dica de blog bem legal para dar: Nos passos da maturidade.
Tem um monte de matérias interessantes sobre saúde, moda, vivência, etc. e várias promoções. Eu mesma já ganhei dois livros lá: "Fábulas Italianas" de Italo Calvino e "Comer, Rezar e Amar" de Elizabeth Gilbert. Não deixem de visitar.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Promoção no blog Mosaicos do Sul


Quer ganhar um livro bem legal, o 1000 lugares para conhecer antes de morrer ? Passa lá no blog do Mosaicos do Sul (www.mosaicosdosul.blogspot.com) e participa.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Crônicas da vida praiana - David Coimbra

Talvez vocês tenham acompanhado as várias crônicas do David Coimbra na semana passada, na Zero Hora, contando sobre a vida praiana. São ilárias. Me diverti muito lendo e ficava esperando a próxima. Pena que acabou, agora quem está de cronista é a Fernanda Zaffari. Outro estilo.
Assim, resolvi dividir com vocês uma delas e deixar o link das demais, caso gostem e queiram conferir.
O que devo usar à beira-mar (06/01/10): clique aqui
Coisas estranhas da vida praiana (07/01/10): clique aqui
A mulher do surfista (08/01/10): clique aqui
Como plantar o guarda-sol (09/01/10): clique aqui
Um mundo que não é, nem nunca será, o seu (10/01/10): clique aqui

Quatro maridos de Xangri-lá (05/01/10)

O impacto da presença de uma loira de biquíni branco nas areias de Xangri-lá, sobretudo o que isso provoca aos olhos de homens casados, abre as impressões do cronista David Coimbra sobre o que ocorre na orla gaúcha. A efervescência do litoral será tema de convidados e profissionais da RBS, que escreverão neste espaço até o fim da temporada de veraneio.

Avida praiana não é feita para o homem casado. Alcancei tal verdade no meio da tarde de ontem, depois de quase um dia inteiro de reflexões sobre as areias molhadas de Xangri-lá. Tudo por causa de uma loira de biquíni branco.

As loiras de biquíni branco são diferentes das morenas, das negras, das ruivas, das japonesas e até das outras loiras. Uma loira, quando enverga um biquíni branco e sai por aí, ela não é uma loira qualquer. Ela tem confiança. O seu bronzeado está escorreito, as suas carnes estão duras, ela sabe que, ao pisar com seu pezinho macio na areia fofa, nada em seu corpo irá balançar mais do que deve balançar.

Assim é a loira de biquíni branco.

Ontem, em meio a um dia indeciso entre o sol pálido e a chuva rala, uma dessas loiras fez sua incursão por Xangri-lá, e o fez desacompanhada e sem canga, apenas ela, seus grandes óculos escuros e seu minúsculo biquíni branco adereçado com delicados motivos florais cor-de-rosa.

Essa loira, que, soube depois, chama-se Greta, vive o frescor dos 18 anos de idade e mora nas alturas de Caxias, ela nem havaianas calçava, ela estava recostada na areia e, num rompante, ergueu-se e fez com que suas longas pernas dessem passos de gazela à margem do mar, ela caminhava com garridice, o narizinho empinado ainda mais empinado, sorvendo o ar ameno de um dia cinza do litoral.

Foi essa a imagem que alguns homens casados avistaram ontem, à franja da praia de Xangri-lá. Entenda: não se tratava de um grupo de homens casados. Eles não formavam um conjunto. Eram vários homens casados isolados, cada qual em seu núcleo familiar, e eis aí a razão do drama.

Um homem casado é um triste ser, quando se aventura pela vida praiana. Porque sua mulher ficará tomando sol – as mulheres fazem isso. Não por diversão, as mulheres são em geral sérias, não têm apreço especial pela diversão. Elas tomam sol com o objetivo de, ao voltar para a cidade, mostrar sua nova cor durante uma semana, ao cabo da qual, desbotam, empalidecem e entristecem.

Então, a mulher tem o que fazer, às fímbrias do Mar Oceano. As crianças, idem. Crianças são como homens adultos – gostam de se divertir. A diferença é que um homem adulto, casado e apartado dos outros homens, esse homem não tem absolutamente o que fazer na vida praiana. Ele se instala em sua cadeirinha de plástico ao lado da mulher que assa ao sol, e fica olhando para o mar. Ler ele não lê, devido à luminosidade ofuscante que incide sobre as páginas ou devido ao vento, que leva as folhas do jornal. Jogar bola? Só se tivesse uma turma, e ele não tem. Ele está só.

O que ele faz, então? Ele fica olhando para as ondas que vêm e vão, vêm e vão, vêm e vão, num movimento tão eterno como monótono. Ele deveria estar em seu ambiente, na amenidade civilizada do ar-condicionado, mas não, ele está à mercê da Natureza indômita, com os pés descalços pisando sobre tudo o que os demais seres humanos e animais rojam à areia, sentindo na pele desprotegida a ação do vento pegajoso que sopra do mar, do sol rascante acima de sua cabeça, dos eflúvios de iodo da atmosfera marinha. E o que ele pode fazer a respeito? Nada, senão olhar para as ondas que vêm e vão, vêm e vão... E, vez em quando, apreciar algum evento inesperado: um cachorro passa, e o homem casado o observa; lá se vai aquela gorda de maiô, e o homem casado lança às nuvens um suspiro de conformação; um publicitário careca caminha à frente do seu rabo de cavalo, e o homem casado não pensa nada. O homem casado agora confere o relógio de pulso: passaram-se 18 minutos desde que ele chegou à areia. Ainda há três horas e 42 minutos pela frente, até sua mulher terminar de assar. O tédio. O tédio.

Mas pode ocorrer o que ocorreu ontem em Xangri-lá. Pode ocorrer de uma loira de biquíni branco fazer sua aparição. Aquela o fez. Greta. Lânguida, sinuosa, esguia, de pele provavelmente macia ao toque. Havia quatro homens casados na região. Não se conheciam, estavam conscritos às suas células familiares, atrás de seus óculos escuros e de suas barrigas venerandas. A loira levantou-se da areia, sua silhueta surgiu, e o primeiro homem casado a divisou. Mexeu-se na cadeirinha, e sua agitação como que se transferiu para os outros homens casados numa onda de eletricidade. Todos ficaram inquietos e se entreolharam. Eram estranhos, mas, naquele momento, havia algo em comum entre eles. Queriam se comunicar, queriam comentar, queriam rir juntos, mas não podiam. Suas esposas assavam logo ali. E a loira veio vindo e veio vindo e veio vindo.

E veio.

Ingressou na área em que os homens casados estavam acomodados. Eles retesaram os músculos, percebia-se que a loira era como que uma aragem de felicidade a lhes bafejar naquele dia em que nada acontecia, em que nem o sol estava convicto de ir para a orla. Seus rostos se iluminaram, a vida se lhes correu quente nas veias, o mundo era belo de novo.

Aí uma esposa viu.

Ergueu a cabeça da canga estendida na areia, e viu a loira que passava. Grunhiu. Foi como um alarme primevo que avisou as demais esposas do perigo iminente. Elas se moveram, olharam para os maridos. Uma censurou o seu com um “que que está olhando?”, a outra guinchou, a terceira chamou o pobre por nome e sobrenome, e então os quatro maridos de Xangri-lá desviaram os olhares da loira, murcharam em suas cadeirinhas e voltaram a olhar para o mar que ia e vinha, ia e vinha, ia e vinha, para sempre...

Não, a vida praiana não é feita para o homem casado.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Crime e Castigo

Terminei finalmente de ler Crime e Castigo de Dostoiévski. Depois de várias pausas, retomei e, com algum esforço, consegui acabar.
Não é digamos uma leitura de férias, pois o livro é denso ao extremo, cansativo, cheio de detalhes. Conta a história de um rapaz que comete um duplo assassinato - ele mata uma velha agiota para roubar seus bens e acaba matando também a irmã que aparece no local - e depois vive um drama pscicológico devido ao sentimento de culpa e arrependimento. Tanto que não consegue usufruir do que rouba e acaba enterrando sob uma pedra em algum lugar em via pública.
O mérito da obra, na minha opinião, está justamente nos fluxos de consciência dos personagens, seus medos, desejos e apreensões. O leitor vive intensamente o drama e a loucura do assassino e o peso de seu ato e acaba até torcendo por ele, por verificar que, no fundo, não é má pessoa, é um doente que cometeu um erro fatal.

domingo, 3 de janeiro de 2010

A síntese da felicidade (ou uma história de amor)


`As vezes uma imagem fala mais que mil palavras. Esses dois juntos resumem a minha felicidade. Meu amor por eles transborda e me faz querer ser uma pessoa melhor. Com eles, descobri o verdadeiro significado da palavra família.
Sem eles, sou apenas 1/3.